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Relatório aponta aumento de assassinatos de defensores ambientais na Amazônia

Segundo Global Witness, 20% dos assassinatos de defensores ambientais em 2022 foram na Floresta Amazônica

Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados em junho de 2022Brasília, 14/09/2023 - Um relatório divulgado pela Global Witness nesta quarta-feira (13) destaca um dado alarmante: em 2022, um em cada cinco assassinatos de defensores do meio ambiente no mundo ocorreu na Floresta Amazônica.

O estudo revela que, em escala global, 177 defensores da terra foram mortos, uma média de um a cada dois dias. Desse total, quase 90% dessas mortes se deram na América Latina. A Colômbia lidera esse ranking sombrio com 60 assassinatos, seguida pelo Brasil, que registrou 34 mortes, e México, com 31.

Entre os assassinatos ocorridos no Brasil, duas mortes chamaram a atenção: a do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, ambos em junho de 2022.

Gabriella Bianchini, consultora sênior da Global Witness, ressaltou que, embora as comunidades indígenas representem apenas 5% da população mundial, elas são as mais afetadas, constituindo mais de um terço (34%) dos assassinatos globais.

Um dos pontos destacados pelo relatório é a ligação entre empresas estrangeiras e as violações cometidas contra comunidades indígenas. Como exemplo, cita-se o ouro ilegalmente extraído das terras Kayapó, no Estado do Pará, que estaria ligado à refinaria italiana Chimet e à mineradora inglesa Serabi Gold. "Todos os atores econômicos envolvidos têm sua responsabilidade", afirma Bianchini.

A Global Witness alerta ainda que o número real de assassinatos pode ser ainda maior. Restrições à liberdade de imprensa e a falta de monitoramento independente, sobretudo em regiões da África, Ásia e Oriente Médio, podem mascarar muitos casos.