O Theatro da Paz recebeu, nesta segunda-feira (7), as internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF) de Ananindeua, para prestigiar o desfile da coleção de moda “Fibra da Terra”, resultado da parceria feita entre a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e a Secretaria de Cultura (Secult).
O projeto Sons de Liberdade realiza oficinas de figurinos e moda, visagismo e cenografia em unidades penitenciárias do Centro de Recuperação Feminino (CRF) e da Central de Triagem Metropolitana II (CTM II). Dentro deste projeto, houve o desenvolvimento da coleção de moda “Fibra da Terra” juntamente com as internas da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe).
O Projeto “Fibra da Terra”, idealizado pela estilista e professora Alcimara Braga, contou com a produção de 12 peças feitas em fibra de juta, ao longo de duas semanas após dominarem a técnica de manuseio e trabalho. O material foi fornecido pela empresa Castanhal Têxtil. Os acessórios de marcenaria, utilizados no desfile, foram feitos pelos internos da Central de Triagem Metropolitana II (CTM II) que participaram da oficina de cenografia promovida pelo projeto do Sons de Liberdade.
Para Belchior Machado, titular da diretoria de reinserção social, o projeto Sons de Liberdade é uma oportunidade de demonstrar o talento escondido das internas. “Conseguimos mostrar para as pessoas que o trabalho delas tem um valor, e a partir do talento elas podem aflorar o sentimento da liberdade”, afirma.
Para que as 28 internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF) de Ananindeua que participam da Coostafe participassem do evento que aconteceu no hall de entrada do Theatro da Paz, foi necessária uma equipe de 23 servidores. O desfile contou com a participação de 12 modelos, das quais 4 eram pessoas privadas de liberdade.
“O Theatro é uma casa que recebe o que tem de mais bonito, os sonhos e a celebração da vida através da arte. Então a nossa intenção, foi trazer essas mulheres aqui para que elas sejam aplaudidas pelo trabalho que elas conseguem produzir”, assegura Daniel Araújo, diretor do Theatro da Paz.
A Coostafe está presente desde o início do projeto Sons de Liberdade, a cooperativa produz os figurinos utilizados durante o festival de ópera. “A ideia é que o ‘Sons de Liberdade’ se perpetue como uma atividade que pertence ao festival de ópera e que vai ter sempre um pouquinho do trabalho delas”, finaliza Araújo.
A custodiada P.S.B. de 33 anos, foi uma das escolhidas para desfilar no Teatro, para ela a experiência de participar foi inesquecível. “Agradeço a oportunidade, é bom sair da rotina que eu vivo dentro do cárcere. Hoje eu vivi um dia de princesa, nunca vou me esquecer disso”, conta.
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Agência Pará
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