O Governo do Estado, por meio da Fundação Cultural do Pará, lançou em fevereiro passado, o Prêmio FCP de Incentivo à Arte e à Cultura 2022. O Edital, com aporte financeiro de R$ 1 milhão, premiará 50 propostas artísticas e culturais inéditas e recebe inscrições até 6 de abril. Mais informações podem ser obtidas no site da Fundação e pelo e-mail: incentivofcp2022@fcp.pa.gov.br.
O governo do Pará tem se preocupado com as dificuldades econômicas no segmento cultural, agravadas com a pandemia da covid-19, e através da Fundação Cultural do Pará, tem promovido Editas de Cultura, como forma de contribuir com os artistas, de um modo geral.
Em maio de 2021, a FCP lançou o Prêmio Vicente Salles de Experimentação Artística, com o objetivo de fomentar atividades inovadoras de caráter artístico nas diferentes regiões do território paraense. Mais de 250 propostas foram avaliadas pela Comissão de Seleção até a divulgação dos finalistas, em agosto de 2021.
O Edital contemplou 27 projetos inéditos nas áreas de Artes Visuais, Audiovisual, Teatro, Dança, Circo, Música, Artes Literárias, Design e Moda. Cada projeto recebeu o incentivo de R$15 mil e os selecionados foram divididos como previsto no edital, sendo 40% das vagas para a região de integração do Guajará, enquanto as restantes foram distribuídas às demais regiões do Pará.
Os artistas premiados pelo Edital participaram de um Webinário, desenvolvido pela equipe técnica da Diretoria de Artes da FCP em novembro de 2021, para debater a concepção de suas obras. O evento virtual contou com a presença de 24 aprovados e foi transmitido pelo canal da Fundação no Youtube.
Entre os artistas presentes no Webinário estavam o fotógrafo Thiago Azevedo e o estilista Petrvs Figueira. Os dois contemplados elaboraram projetos em áreas distintas, mas seguem partilhando a vontade de manter o fazer artístico paraense vivo.
Thiago Azevedo, fotógrafo e doutorando em Artes pela Universidade Federal do Pará, publicou o Ebook Fotográfico “Nervo Exposto” para apresentar a vivência realizada em Algodoalzinho, comunidade da Ilha de Fora, no município paraense de Curuçá. O foco do projeto, na área de Design, é retratar a vida cotidiana dessa comunidade agro-pesqueira e sua profunda relação com a floresta e os manguezais.
Segundo Thiago, o Prêmio Vicente Salles foi um instrumento significativo para o cenário das artes no estado. “Dentro do universo da pandemia, foi um edital bastante importante justamente por dar espaço para que os artistas, principalmente os novos, consigam desenvolver seus trabalhos”, ressalta.
O estilista Petrvs Figueira lançou, em março de 2022, a coleção “Muleke Doido” inspirada numa juventude apaixonada por aparelhagens na Belém do Pará dos anos 90, como ele mesmo define. A proposta, em uma linha streetwear composta por peças básicas que reinventam o estilo casual, descreve o bairro da Sacramenta como cenário de uma bem humorada crítica social e busca exaltar a cultura periférica. O projeto ganhou um Fashion Film, de 7 minutos, gravado na rua em que Petrvs mora e em cartões postais da capital paraense.
Petrvs destaca que os editais promovidos pela Fundação Cultural do Pará e pelo Governo do Estado são um subsídio fundamental para os artistas paraenses, já que garantem o desenvolvimento de propostas com vocação regional. “Se nós temos hoje tantos projetos ganhando espaço deve-se ao incentivo dessas instituições, que tornam realidade os sonhos e ambições dos artistas locais”, enaltece.
Dessa maneira, o Prêmio Vicente Salles 2021 foi essencial para a promoção da experimentação artística no estado, sobretudo, diante do atual cenário de pandemia da COVID-19, que impactou diretamente a cadeia produtiva das artes no Pará.
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Ag. Pará
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