Tem ficado cada vez mais comum nos deparamos com a frase “aceitar todos os cookies”. Ela sempre aparece quando acessamos um site pela primeira vez, ou quando voltamos a acessá-lo depois de algum tempo.
Segundo uma pesquisa da startup Wibson, obtida com exclusividade pelo Estadão, 94% dos brasileiros aceitam todos os cookies sem ler com o que aparece nas notificações de quando visitam sites. Somente 1% analisa e personaliza as autorizações, enquanto que 5% rejeitam tudo.
Mas, afinal, o que são os tais “cookies” e porque temos que aceitá-los quando acessamos um site novo? Estamos concordando com algum contrato? Eles são de fato seguros? E porque isso se tornou tão frequente de um alguns anos para cá? Chegou a hora de entender o que tudo isso significa.
O que são os “cookies”? Para que servem?
Eles são pequenos arquivos armazenados no navegador em forma de códigos aleatórios. Sua função original é a de tornar a navegação mais rápida, já que eles lembram o site de suas preferências e informações de uso. Assim, esses dados não precisam ser transferidos entre o site e o navegador, podendo ser usados para lembrar de senhas, logins e até mesmo de produtos em carrinhos de compras.
Podemos dividir os cookies em alguns tipos: os cookies de sessão, que são armazenados apenas enquanto você usa um site, e os cookies persistentes, que ficam salvos por um determinado período de tempo no site para futuras visitas ficarem mais rápidas. Há também outros mais específicos, como os primários, os de terceiros e os supercookies.
Os primários são dados armazenados com relação ao usuário e sua navegação: eles registram seus hábitos quando você visita um site. Já os de terceiros são aqueles que, como o nome diz, acompanham conteúdo de terceiros em sites, como anúncios e banners. Esses cookies são usados por anunciantes para que anúncios personalizados apareçam na sua tela. Sabe quando todos os sites passam a exibir propagandas de algo que você procurou na Amazon ou no Mercado Livre? São os cookies de terceiros trabalhando.
Por fim, há os supercookies, que são dados de contas excluídas. - eles são armazenados para facilitar a recuperação caso necessário. Justamente por guardar dados de um perfil inteiro, esses cookies são armazenados com códigos diferentes, para que seu acesso seja mais difícil.
Mas armazenar dados não é perigoso? Dá pra confiar?
É normal que isso levante desconfiança, afinal, estamos numa era onde vazamentos de dados ficaram comuns e contas são hackeadas o tempo todo. Ter os dados armazenados por cookies pode parecer perigoso já que eles contêm dados de localização e de compras online. Mas, tenha calma.
Inicialmente eles não são prejudiciais, afinal eles são armazenados em códigos aleatórios dentro dos sites. Isso, porém, não significa que não devemos tomar as devidas precauções, pois o perigo está na capacidade de outras pessoas em encontrá-los por meio de histórico de navegação.
Os cookies que oferecem algum tipo de invasão de privacidade são os de terceiros, já que eles são gerados por anunciantes e por outros sites. Com eles, os anunciantes podem rastrear seu histórico de navegação para mostrar produtos relacionados.
Existem também alguns ataques promovidos por hackers que utilizam os cookies. O mais comum é o ataque de lançamento de cookies, que acontece quando terceiros enviam cookies maliciosos para o usuário. Se eles chegarem ao dispositivo antes dos cookies do próprio site, a navegação passa a ser armazenada pelos cookies “intrometidos”, disponibilizando informações para agentes indesejados.
Como evitar contato com esses cookies?
Você tem uma saída muito simples para evitar esse tipo de problema: basta limitar os cookies nas configurações do seu navegador:
-Acesse as configurações do navegador
-Clique em Segurança e privacidade
-Vá até a sessão Cookies e outros dados do site
-Lá, você pode bloquear cookies ou limitá-los durante a navegação
Afinal, por que sites nos pedem para aceitá-los?
As mensagens em sites começaram a ficar mais frequentes depois da vigência do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR), criado na União Europeia, e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), no Brasil.
As duas legislações determinam multas para empresas que violarem a privacidade dos cidadãos. Isso significa que os sites precisam da permissão expressa dos usuários para utilizar os cookies.
Nem tudo é ruim: cookies tem seu lado positivo
Esquecer dados é algo comum para nós. Com tantos sites, logins e senhas preenchidos todos os dias, podemos nos confundir e também esquecer sobre alguma dessas informações. Os cookies podem nos ajudar a agilizar a navegação. O processo de preenchimento de dados, a ajuda com senhas e as compras online se tornam mais práticas.
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Estadão
18/11/2024 | 20:24
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