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No Pará, mais de 23 mil pessoas venceram a Covid-19

Mais da metade dos infectados com Covid-19 no Pará se recuperaram. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), dos 35.132 casos confirmados até esta quinta-feira (28), 23.252 conseguiram superar a doença, e podendo contar com o apoio dos hospitais do Estado, nos casos mais graves, e ainda com o suporte da Policlínica Metropolitana e do Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), para os quadros clínicos leves e moderados. Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para pacientes em tratamento de combate ao novo coronavírus já somam 520. Os leitos clínicos pularam de 26, em março, para 1.212, em maio.

Na manhã da última terça-feira (26), Paulo Henrique, 66 anos, diagnosticado com o novo coronavírus, teve alta do Hospital no Regional Público do Marajó (HRPM), em Breves, depois de mais de uma semana de internação. O momento foi marcado por muito carinho e aplausos de alegria dos profissionais, que levaram placas com frases motivacionais para a despedida o paciente. Paulo deu entrada no HRPM no dia 15 de maio, e depois de 12 dias, retornou para o convívio da família, que o aguardava ansiosamente.

A autônoma Leonice Oliveira, filha do agora ex-paciente, conta que o pai foi internado com dores abdominais e, dois dias depois, recebeu o diagnóstico positivo para Covid-19. "Ele reagiu muito bem, teve acompanhamento excelente dentro do hospital", contou.

O Ministério da Saúde informa que, no caso do Brasil, o número de recuperados considera os dois critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entram no balanço pacientes com infecções mais graves que foram internados e passam por novos testes para identificar se o vírus continua ativo no organismo e aqueles com casos leves, considerados recuperados quando não apresentam mais os sintomas após 14 dias do início da infecção.

Solidariedade

Uma alternativa de tratamento para o novo coronavírus, que já está em nível avançado, alcançou a etapa de coleta de plasma de pacientes recuperados. Na Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemopa), em Belém, as coletas são feitas por meio de aférese, um procedimento moderno que filtra apenas o plasma do sangue do doador recuperado da doença para ser usado no organismo do paciente ainda doente. É no plasma que ficam armazenados os anticorpos que podem ajudar na recuperação de doentes acometidos pela Covid-19.

Junior Fecury, também ex-paciente do novo coronavírus, foi ao Hemopa para fazer uma doação. "Vim assim que soube que doar plasma poderia ajudar a salvar pacientes em situação de gravidade. Me tocou saber que posso ter a chance de salvar alguém, ainda mais dessa doença, que já me levou um tio e uma tia", justificou.

As equipes de saúde do hemocentro fazem a coleta de pouco mais de 550 ml de plasma. Depois disso, a amostra passa por exames específicos, com a titulação de anticorpos IgG e PCR-RT, pós Covid-19, que vão habilitar o uso ou não do material para transfusão. A técnica já vem ganhando destaque nos principais serviços de saúde do país e do exterior. O procedimento é uma terapia experimental. A transfusão deve ser direcionada aos pacientes internados, em estado grave da doença, na rede hospitalar do Pará.

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Agência Pará