De acordo com os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), quase 4,5 mil pessoas que foram internadas com o novo coronavírus nos hospitais de campanha do Hangar, em Belém, e no de Santarém, conseguiram se recuperar e receber alta. O quantitativo tão expressivo de pessoas que venceram a doença representa, dentre outros fatores, o resultado de um esforço coletivo que envolve gestão articulada, logística em Saúde e trabalho de equipes multiprofissionais atuando na linha de frente desde março de 2020.
Augusto Menezes de 105 anos, mora em Santarém e deu entrada no hospital de campanha dia 27 de abril, ficando em tratamento por dez dias. Na quinta-feira (6), a notícia da alta médica encheu a equipe de alegria e emoção. Simpático e de sorriso fácil, o patriarca da família tem 11 filhos, 38 netos e 50 bisnetos. Viúvo há 16 anos, o pedreiro aposentado, apesar da idade, é muito ativo e segundo ele o segredo da longevidade é o movimento. “Se ficar parado morre, tem que se movimentar”, disse ele.
Nivaldo Lacerda Araújo, de 56 anos, é aposentado e mora em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. Ele ficou internado no Hangar durante 17 dias e deixou a unidade hospitalar em 12 de abril. “As pessoas não sabem o que se passa aqui dentro. Uma estrutura excelente. Uma equipe super profissional que me atendeu bem, fez eu me recuperar e voltar para a minha casa. Eu cheguei péssimo aqui, muito mal mesmo. Sou grato a essa equipe de cozinheiros, enfermeiros, médicos, todos foram fundamentais para mim. Muito obrigado ao sistema de saúde que me atendeu. Tenho uma nova chance, agora e é só seguir os cuidados”, comemorou, ao deixar o hospital.
Quem teve alta no mesmo dia foi Rosi do Socorro Santos de Medeiros, de 49 anos, que é cabeleireira e mora em Belém. Ela passou 11 dias hospitalizada. “Para falar bem a verdade, eu estou muito em paz porque tive esse vírus, mas não senti esse vírus. Eu saio daqui com muita gratidão porque eu não sofri nada. Esse lugar, para mim, é um lugar de luz e aprendizado. Eu não vim me curar de vírus, eu vim aprender”, afirmou, ao receber alta.
Estratégia - “Desde o início da pandemia de Covid-19, a Sespa tem trabalhado para assegurar o acesso mais rápido ao atendimento para casos que requerem internação hospitalar de média e alta complexidade. Então, os hospitais de campanha de Belém e Santarém, com equipes especializadas e atendimento humanizado, têm cumprido muito bem sua missão, salvando vidas de paraenses e até de pacientes de outros estados como do Amazonas, que foram atendidos no Hospital de Campanha do Hangar”, reforça o secretário de Saúde, Rômulo Rodovalho.
Aline Liberal é diretora do 9º CRS/Sespa, e relaciona os bons resultados obtidos também ao foco no tratamento humanizado. Ela cita como exemplo a Cabine do Amor, que permite a alguns pacientes (após avaliação médica), protegidos, darem abraços em até dois familiares (também protegidos com roupas hospitalares) por meio de uma estrutura que permite a passagem dos braços de ambos.
“Avalio as ações da gestão de forma extremamente positiva para região, visto o grande desafio que a Covid impôs para a Saúde Pública, considerando sua gravidade e grande número de casos concentrados em um espaço de tempo. O cuidado multidisciplinar integral, humanizado, que visa a assistência precoce dos pacientes para evitar a complicação e a necessidade de UTI e abrange não só o tratamento com medicações, mas aporte fisioterapêutico e o bem-estar psicológico dos pacientes, é um diferencial do Hospital de Campanha de Santarém", garante.
Bárbara Freire, Diretora Técnica do Hospital de Campanha do Hangar, endossa o trabalho conjunto focado na recuperação dos doentes. “Os nossos esforços são voltados para salvar vidas, por meio de um atendimento humanizado, com a missão de minimizar os medos dos pacientes e entes queridos que os aguardam. O momento da alta é a nossa recompensa, nos traz felicidade pelas vitórias diárias, criadas a partir do empenho de todos.
Situação atual - O hospital de campanha de Belém, em 7 de maio, atende 172 pacientes, sendo 98 em leitos de UTI. No total, 6.118 pacientes já foram atendidos, dos quais 299 foram transferidos, 4.104 receberam alta e 1.715 foram a óbito. A taxa de ocupação do hospital é de 41%, sendo 28% para leitos clínicos e 61% para terapia intensiva.
Já o Hospital de Campanha de Santarém, na mesma data, interna 39 pacientes, sendo dois em UTI. Já foram atendidos 459 pacientes, dos quais 57 foram transferidos para outras unidades, 352 receberam alta e onze foram a óbito. A taxa de ocupação dos leitos clínicos é de 66,1%, e de UTI, 50%.
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Agência Pará
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