Além do alto patamar de contaminação, letalidade do vírus dobrou do final de 2020 para cáO Brasil registrou hoje (28) mais 3.163 mortes por covid-19 em um período de 24 horas. Com o acréscimo, já são 398.185 vítimas do vírus no país. O patamar de mortes diárias segue elevado e o país está a um dia de chegar aos 400 mil mortes desde o início do surto, em março de 2020. O país segue como a segunda nação com maior número de vítimas da doença em todo o mundo.
Nas últimas duas semanas, o país se mantém em certa estabilidade ao redor das 3.000 mortes diárias provocadas pela covid. Em boletim extraordinário divulgado hoje (28), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reafirma a tendência de manutenção deste cenário. Algo similar foi visto entre os meses de junho e agosto do ano passado, no então pico da primeira onda.
Entretanto, agora esta estabilidade chega em um pico muito mais elevado. “Na visão dos pesquisadores do observatório, o quadro atual pode representar uma desaceleração da pandemia, com a formação de um novo patamar, como o ocorrido em meados de 2020, porém com números muito mais elevados de casos graves e óbitos, que revelam a intensa circulação do vírus no país”, afirma a entidade. Caso mantido este patamar, sem redução, isso pode significar mais 200 mil mortes até o meio do ano.
Em relação ao número de novos casos, a quarta-feira foi marcado por uma elevação na média apresentada nos últimos sete dias. Foram oficializados 79.728 novos doentes, totalizando 14.521.289 desde o início da pandemia. A média móvel, calculada nos últimos sete dias, está em 56.928. É o segundo dia com número acima de 70 mil casos diários, o que revela que o descontrole da pandemia segue no país.
Diante dos dados, a Fiocruz alerta que “o conjunto de indicadores, que vêm sendo monitorados pelo Observatório Covid-19 Fiocruz, mostram que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo das próximas semanas”.
A Fiocruz segue em sua postura técnica e científica de defesa do isolamento social para amenizar a tragédia cotidiana em que o Brasil encontra-se imerso. “Diante desse cenário, os pesquisadores alertam que a flexibilização sem um controle rigoroso das medidas de distanciamento físico e social pode retomar o ritmo de aceleração da transmissão, com a ‘produção’ de novos casos, vários deles graves, e elevação das internações e taxas de ocupação de leitos.”
A entidade lamenta a flexibilização massiva das medidas de isolamento nos estados e municípios. Também renova o aviso de que, das 27 unidades da Federação, apenas seis estão fora do alerta máximo para ocupação de leitos. São eles: Roraima, Amazonas, Amapá, Alagoas, Paraíba e Maranhão.
O número de casos diminuiu a uma taxa de -1,5 % ao dia, enquanto o de óbitos por covid no Brasil foi reduzido a uma taxa de -1,8 % ao dia, “mostrando uma tendência de ligeira queda, mas ainda não de contenção da epidemia”, afirma o instituto.
Em relação à taxa de ocupação de leitos, chama atenção a redução nos estados de Rondônia (de 94% para 85%) e Acre (de 94% para 83%) – ainda que ambos continuem na zona de alerta crítico -, a saída de Alagoas da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário (de 83% para 76%) e a saída da Paraíba da zona de alerta (de 63% para 53%)”, aponta a entidade.
Por fim, os pesquisadores deixam claro que “os valores (da pandemia) ainda permanecem em patamares críticos. Outro dado preocupante é a taxa de letalidade. No final de 2020, este indicador se encontrava na faixa de 2%, aumentou para 3% entre 14 e 20 de março e, na última semana, subiu para 4,4%”.
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Brasil de Fato
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