O Ministério da Saúde publicou nesta quarta-feira (20) um protocolo para a ampliação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento “precoce” contra covid-19, mesmo atestando que os medicamentos podem agravar a condição de saúde de algumas pessoas.
A orientação agora é para tratar também infectados com sintomas leves ou moderados – antes, a medicação só era prevista pelo governo para casos graves e críticos em hospitais.
O próprio texto, que apresenta recomendações sem a assinatura de qualquer profissional da saúde, alerta que “não existem evidências científicas robustas que possibilitem a indicação de terapia farmacológica específica para a covid-19”.
A ausência de tratamentos eficazes contra o novo coronavírus é justamente o que embasa a recomendação publicada pelo Ministério.
O protocolo ainda reforça que os médicos têm autonomia para receitar ou não a aplicação da cloroquina e da hidroxicloroquina aos pacientes.
Termo de consentimento
O Ministério da Saúde publicou, ainda, um modelo de termo de consentimento a ser assinado pelos pacientes submetidos ao medicamento.
No documento, pontua-se que há pesquisas em andamento sobre o uso da cloroquina no tratamento contra o coronavírus, na China e na França, mas que “não há, até o momento, estudos demonstrando melhora clínica dos pacientes com COVID-19 quando tratados com hidroxicloroquina”.
O texto reforça que os remédios podem causar “redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias e alterações visuais por danos na retina”.
Conforme o acordo de consentimento proposto, o paciente que deve aceitar os riscos e concordar que “não existe garantia de resultados positivos, e que o medicamento proposto pode inclusive agravar minha condição clínica, pois não há estudos demonstrando benefícios clínicos”.
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BdF
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