Os registros de mortes pela covid-19 no Brasil chegaram a 964 em 24 horas nesta terça-feira (15), de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass). A média móvel de óbitos - soma de todas as confirmações dos últimos sete dias, dividida por sete, chegou a 663, maior patamar desde o dia 2 de outubro. O total de vidas perdidas para o coronavírus no país é de 182.799.
Por questões técnicas, o Amapá não repassou as informações mais recentes ao Conass. Portanto, o resultado observado nesta terça-feira (15) pode ser ainda pior. Nos últimos dois meses, o país registrou patamares acima de 900 em apenas duas ocasiões, fruto do represamento de dados de dias anteriores.
Não é possível afirmar que o cenário vai se tornar tendência, mas já era esperado reflexo da escalada de novos contaminados, observada há cinco semanas, nos dados relativos às mortes. Ainda de acordo com o Conass, a covid-19 já infectou 6.970.034 pessoas no Brasil. Entre segunda (14) e terça-feira (15), as confirmações de casos chegaram a 42.889.
A propagação do coronavírus no Brasil continua fora de controle, de acordo com análise do Imperial College de Londres, no Reino Unido. A taxa de transmissão observada na última semana é de 1,13. Dessa forma, cada 100 pessoas contaminadas têm potencial de infectar outras 113 e a relação cresce a cada novo grupo.
Ainda sem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para nenhuma vacina, o Ministério da Saúde divulgou que a campanha de imunização pode começar cinco dias após registro e entrega do imunizante. A informação é uma resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deu prazo de 48 horas no domingo (13) para que o governo detalhasse um cronograma.
No entanto, ainda não há nenhuma data de previsão para o início do processo. Existe a expectativa de que a campanha dure 16 meses. O período inicial, de quatro meses, seria destinado a grupos prioritários: idosos, profissionais da saúde e populações indígenas.
Para essa último grupo, no entanto, as doses só serão destinadas a cidadãos que residem em aldeias. A segunda etapa, para o resto da população, duraria 12 meses.
O anúncio oficial do campanha de vacinação está previsto para esta quarta-feira (15), às 10h. Em carta ao STF, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) afirmou que o plano de imunização apresenta medidas "equivocadas".
No texto, a entidade ressalta que o planejamento é de total responsabilidade do governo federal, em um protesto contra a inclusão de nomes de pesquisadores ligados à Associação.
"A participação dos especialistas na construção do 'plano' foi esporádica, pouco sistemática e variável", diz a carta. Há críticas também ao formato do debate em torno do planejamento. "O ambiente proporcionado pelo MS nas reuniões foi pouco afeito ao diálogo e com orientações de sigilo, incompatíveis com uma prática de efetiva colaboração".
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Brasil de Fato
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