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Após dois meses, Brasil volta a registrar mais de 200 mil casos de covid por semana

Com eficácia em doses menores da vacina de Oxford, Fiocruz prevê imunização de 130 milhões de pessoas em 2021

Vista aérea do setor destinado a mortos pela covid no cemitério de Manaus em novembro de 2020Os dados consolidados da semana passada mostram que o Brasil voltou a registrar mais de 200 mil casos de covid-19 em sete dias, cenário que não era observado desde setembro. Além disso, pela segunda semana consecutiva, o país teve crescimento no total de novos pacientes e manteve as confirmações de óbitos acima de três mil.

De acordo com números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a soma de pessoas infectadas no período entre 15/11 e 21/11 foi de 203.827. Esse patamar é superior ao reportado na semana anterior, quando o resultado de novos contaminados ficou em 195.398. Portanto, a trajetória de queda que vinha sendo notada entre setembro e outubro foi interrompida, movimento que já começa a se consolidar como tendência.

Os registros de novas mortes também avançam com mais velocidade do que a observada nos últimos dois meses. Na semana passada, foram confirmados 3.331 casos fatais. Da primeira vez que a marca de 3 mil foi superada, o país viu começar um movimento de aumento nos números, que levou o Brasil ao segundo lugar em óbitos entre todas as nações do mundo. 

Somente nesta segunda-feira (23), foram contabilizados 16.207 novos casos. O total de infectados desde os primeiros registros do novo coronavírus em território nacional é de 6.087.608. Nas últimas 24 horas, houve a confirmação de 302 mortes. A soma de vidas perdidas para a covid-19 no Brasil é de 169.485 pessoas.

Fiocruz prevê ampliação da vacina

Após a divulgação de que a vacina de Oxford tem potencial de imunização em doses menores, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê que é possível aplicar a substância em um número maior de pessoas já no próximo ano. A expectativa é de que 130 milhões de cidadãos sejam imunizados em 2021.

Segundo o laboratório AstraZeneca, que desenvolve a vacina, há eficácia de até 90% com uso inicial de uma dose menor e complemento de uma segunda dose 30 dias depois. Os pesquisadores ainda tentam entender o motivo do resultado preliminar. Mesmo assim, já é possível estimar um aumento de cerca de 30% na possibilidade de imunização no Brasil.

Testes encalhados

A Comissão da Câmara que acompanha as medidas tomadas para controle de pandemia quer ouvir o Ministério da Saúde sobre os quase 7 milhões de testes PCR por vencer que estão em um armazém do governo federal em Guarulhos.

A denúncia foi feita nesse fim de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, os exames têm prazo de validade em dezembro e janeiro. 

Foram convidados a comparecer o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros e o diretor de Logística em Saúde do ministério, Roberto Ferreira Dias. Como não se trata de uma convocação, eles não são obrigados a atender ao convite. Representantes das secretarias de saúde estaduais e municipais também devem participar da reunião.

O total de testes sem destinação é superior aos cerca de cinco milhões de exames desse tipo que já foram realizados no Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a dizer que a responsabilidade pelos exames é de estados e municípios, mas não explicou por que o material ainda está em um depósito do governo federal. O Brasil ocupa a 118º posição na lista de nações que mais realizam exames para detectar a covid.

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Brasil de Fato