O webinário do II Curso de Formação em Ópera desta sexta-feira (20) às 17h quando se celebra o Dia da Consciência Negra no Brasil, será dedicado à discussão sobre o racismo estrutural nas produções operísticas com participação das sopranos, Edna D’Oliveira e Elizeth Gomes; o tenor, Mar Oliveira; o barítono, Michel de Souza; e o cantor, regente coral e professor, Fábio Miguel, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP). O evento será mediado por Mere Oliveira, mezzo-soprano. A transmissão será ao vivo pelo canal do YouTube do Theatro da Paz.
O evento faz parte da programação do XIX Festival de Ópera do Theatro da Paz, uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Theatro da Paz e Academia Paraense de Música (APM).
O objetivo do webinário desta sexta-feira é disseminar e discutir a história de pessoas pretas na música clássica brasileira, bem como a produção artística e musical lírica feita pelos negros, silenciada ao longo dos séculos.
A soprano paulistana Edna D’Oliveira destaca que racismo estrutural foi, e continua sendo, uma grande barreira para a presença de negros no universo erudito, e que a história descrita nos tradicionais livros sobre história da música é construída a partir de uma narrativa aristocrata branca.
“Acredito que por meio dos livros ninguém tem acesso à verdade, percebemos que ainda há muito a ser feito para que o brasileiro conheça sua história musical e cultural. Quando falamos que Lapinha foi a primeira cantora lírica brasileira, ninguém sabe nem quem é”, defende.
Lapinha é a cantora e atriz mineira Joaquina Maria da Conceição, que ficou popularmente conhecida como Joaquina Lapinha no final do século XVIII, realizando apresentações entre o Brasil e Portugal, tornando-se a primeira cantora preta com prestígio no exterior. Edna pretende falar mais sobre a trajetória da artista em diálogo no webinário.
“Esse encontro vai dar uma visibilidade para as pessoas descobrirem isso, a nossa história. Entender também não só o contexto social, mas geográfico do país, o porquê de a cultura operística não ter chegado a outros lugares, afastados dos grandes centros culturais do Brasil”, afirma Edna D’Oliveira.
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Agência Pará
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