Campanha ″Poesia na Uepa″ contabilizou mais de 600 poemas publicados durante cerca de 120 dias nesse período de isolamentoEm tempos de pandemia da Covid-19 e distanciamento social, é raro encontrar uma pessoa que não tenha assistido um filme, feito uma fotografia, lido um livro ou escutado uma música. A arte atravessa o dia a dia das pessoas, mesmo que elas não se deem conta, por isso o Governo do Estado criou projetos para estimular a produção artística, de forma remota, nesse período de isolamento social.
Mais de 600 poemas foram publicados durante cerca de 120 dias da Campanha "Poesia na Uepa". O projeto, idealizado pelas equipes do Laboratório de Artes e Humanidades Médicas e da Assessoria de Comunicação da Universidade do Estado do Pará busca integrar a saúde em convergência com o fazer artístico e promove vínculos afetivos entre as pessoas, por meio da criação de conteúdo.
“A arte está viva em nós. Diante do isolamento, a arte é capaz de produzir contato social, mesmo que virtualmente, quando você recebe ou compartilha algo que fez, ouviu ou assistiu. Muitos dos poemas divulgados nessa Campanha foram feitos por pessoas que jamais haviam escrito ou lido poesias na vida e tiveram a oportunidade de ter acesso a esse tipo de expressão artística”, afirma a coordenadora do Laboratório de Artes e Humanidades Médicas da Uepa, professora Luciana Carreira. Os poemas são divulgados por meio do perfil @lab_artesehummeduepa no Instagram.
Segundo a professora, o desenvolvimento de atividades no campo da arte é indicado para todas as pessoas, sobretudo, para crianças durante a pandemia. Elas podem, através do estímulo à criatividade, aprender com os próprios sentimentos, sobre a realidade da vida, desenvolver a percepção sensorial e fortalecer habilidades motoras e cognitivas.
Apaixonada pelas diferentes expressões artísticas, Valentina Faria, de 8 anos, é aluna de teatro e afirma que a arte pode salvar as pessoas, especialmente, agora, no isolamento. “Ficar dentro de casa, às vezes, não é muito legal, e a gente fica triste. Mas a arte salva as pessoas na pandemia. Me sinto feliz, alegre e confortável quando estou fazendo algum tipo de arte, principalmente, nas minhas aulas de teatro”, garante a menina.
A mãe da Valentina, Vanessa Faria, admite que não é fácil manter uma criança em isolamento, mas diante da necessidade, incentivar atividades artísticas tem sido essencial. “Para evitar que a Valentina ficasse o tempo inteiro no celular, também incentivamos trabalhos manuais, a aprendizagem de um instrumento musical, o canto. É fundamental esse estímulo”.
A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) também desenvolveu projetos específicos para incentivar a produção artística e cultural paraense, além de iniciativas que gerassem renda aos artistas locais que vivem da comercialização de sua arte e foram afetados pela pandemia. Uma das iniciativas foi o Festival Te Aquieta em Casa: o 1º edital de conteúdo digital lançado no Brasil. O projeto contemplou 380 artistas do estado que receberam prêmios no valor de 1.500 reais.
A Secult antecipou o Edital Um Preamar de Cultura e Arte, com o objetivo de reduzir os impactos econômicos e sociais causados pelo novo coronavírus, com a premiação de 100 projetos no valor de 28 mil reais aos artistas, em todas as regiões de integração do Pará, além do fomento e valorização de atividades artístico-culturais no Estado.
Secretária estadual de Cultura, Ursula Vidal recorda que nesse período também foram lançados o XIX Festival de Ópera do Theatro Da Paz, numa versão adaptada, que garantiu 80 bolsas de estudo para cantores líricos e técnicos e o projeto ‘Bora pro Museu!’, em parceria com a TV Cultura, com um passeio pelas exposições e pelo acervo de nossos Museus e Memoriais do Sistema Integrado de Museus.
“A Secult teve ainda participação ativa na elaboração e articulação de dois projetos patrocinados por empresas, que garantiram renda aos integrantes de 118 bandas e a 60 Pontos de Cultura do estado. Em parceria com a Ouvidoria do Estado e a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (SEASTER), articulamos a distribuição de mais de 800 cestas básicas para técnicos, músicos, DJs e famílias trabalhadoras de Circos montados em municípios paraenses”, afirma a secretária.
Educador musical e musicoterapeuta, Paulo Maia reitera que o Pará é rico em manifestações culturais, regionais e populares que precisam ser valorizadas. “Disponibilizar iniciativas de fomento à cultura, cursos, concursos, editais é fundamental, sobretudo, durante a pandemia. Tem muita gente interessada em consumir esses conteúdos. Esse incentivo valoriza a nossa própria arte e nossos artistas. A ideia de descobrir, incentivar, divulgar e alavancar artistas é essencial. A arte é uma expressão viva do ser humano”, assegura.
INSCRIÇÕES ABERTAS
Como incentivo à produção artística, o Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA) da Uepa está com inscrições abertas para o I Concurso de Ciência e Arte, até o dia 31 de julho. O concurso terá duas modalidades, fotografia e desenho. Os interessados deverão enviar uma arte (foto ou desenho) inédita, a respeito do tema "céu estrelado", para o e-mail secretaria.planetario@uepa.br, junto com os dados listados nos editais de cada seleção. As inscrições são gratuitas. Para conferir o edital, clique aqui.
A Fundação Cultural também segue com as inscrições abertas para prêmio Rede Virtual de Arte e Cultura 2020. Os prêmios serão de R$ 5 mil brutos, e as inscrições, exclusivamente online, podem ser feitas por meio do link: bit.ly/premioredevirtual2020fcp, até às 23h59 de 28 de agosto de 2020. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail: dart.editais2020@fcp.pa.gov.br.
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Agência Pará
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