O plantio de açaí em Magalhães Barata, no nordeste do estado, pode representar um lucro de mais de 100%, sem exigir manutenção árdua ou dedicação exclusiva, com venda direta no próprio município.
A iniciativa tem sido apoiada pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). O objetivo é que os agricultores diversifiquem as atividades e programem geração de renda.
“A gente até diz que o açaí, com o mercado mais do que certo, certíssimo na região, é uma espécie de aposentadoria garantida para as famílias. A partir do plantio, podem tanto vender in natura, como agroindustrializado. Não falta comprador. E, com o tempo, podem selecionar sementes e expandir a área de plantio”, destaca o chefe do escritório local da Emater, o técnico em agropecuária Raimundo Silva.
Além disso, as famílias têm à disposição, no quintal de onde vivem, um dos principais alimentos do costume paraense: “É uma questão de incremento de renda, mas também de segurança alimentar. Quem planta açaí tem à mesa um açaí de qualidade. Fora que açaí sempre valoriza a propriedade”, aponta.
A principal referência no momento é a propriedade de Raimundo Reis (mais conhecido como “Raimundão”), na Comunidade de Biteua. São dois mil pés de açaí da variedade “chumbinho”, consorciados em cinco hectares com mil pés de maracujá. A expectativa é que o agricultor comece a colher o açaí em no máximo dois anos.
Em quatro anos sendo atendido pela Emater, Raimundão, natural do município vizinho de Castanhal e aportado em Magalhães Barata sem conhecer nada ou ninguém, evoluiu do zero para uma propriedade superprodutiva: junto com o açaí e o maracujá, ele trabalha com mais de 50 canteiros de hortaliças (alface, cheiro-verde, couve, etc).
Por meio da Emater, a unidade familiar de produção agrária (UFPA) do agricultor é uma das beneficiárias do Projeto Piloto, da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), pelo qual é prestado atendimento mais direcionado, para aumento da capacidade produtiva e de comercialização.
Influência - Hoje em dia, mais de 20 outros agricultores da Comunidade de Biteua, inspirados na história de Raimundão com a Emater, já começaram a aplicar técnicas e tecnologias na área de hortifrutigranjeiro e estão sendo orientados sobre a possibilidade de açaí, consorciando culturas de ciclos médio e longo.
“Com capacitação contínua e mobilização, inclusive no sentido de associativismo e cooperativismo, as famílias poderão melhorar a própria alimentação, abastecer as demandas do município e, por fim, exportar para a região de Castanhal e de Belém”, projeta Raimundo Silva.
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Agência Pará
18/11/2024 | 20:24
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