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Poder

Após receber a sexta ameaça, a vereadora Bia Caminha quer mais rapidez na solução dos crimes

Reações institucionais diante das ameaças são criticadas por falta de eficácia e ação

A vereadora Bia Caminha (PT) de Belém-PA foi novamente ameaçada nesta quinta-feira (12), sendo esta a sexta ameaça, que varia entre "estupro corretivo" e morte. Esse incidente destaca uma crescente tendência contra parlamentares LGBTs no país.

Um e-mail, enviado por um autor desconhecido a Caminha e a outras três parlamentares de diferentes estados, mencionava a ideologia do grupo Hamas e, de forma sarcástica, aludia à sua implementação no Brasil. A mensagem detalhava possíveis atos violentos direcionados a grupos específicos, como mulheres, negros, nordestinos e homossexuais.

Em publicação no Instagram, Bia expressou o impacto emocional e a interrupção de suas atividades diárias devido a essas ameaças. "É cansativo ter que interromper atividades rotineiras para buscar apoio de órgãos, governos, instituições e do meu partido, e perceber a apatia geral diante desse ataque à nossa democracia", ressaltou.

A parlamentar apontou a falta de medidas de segurança eficazes e enfatizou: "Expressar solidariedade e repudiar não protege ninguém". Em crítica direta à resposta institucional, ela complementou: "Não viveremos em uma verdadeira democracia enquanto parlamentares forem ameaçados e o estado brasileiro agir de forma tão hesitante".

Bia Caminha não é a única vítima desse cenário. Brisa Bracchi (PT), vereadora em Natal, recentemente sofreu ameaças de "estupro corretivo" devido à sua bissexualidade. Parlamentares como Mônica Benício, no Rio; Cida Falabella e Iza Lourença, em Belo Horizonte; e Rosa Amorim, em Pernambuco, também foram ameaçadas.

Em contato direto com a redação, Bia afirmou que a sequência de ataques a legisladoras causa preocupação quanto à segurança das mesmas e à integridade da democracia nacional. Diante de um cenário de polarização política crescente, surge o apelo por ações concretas e eficazes por parte das autoridades.

Para a vereadora, o país deve ir além de meras palavras, implementando medidas proativas para assegurar a segurança das representantes, reiterando seu compromisso com a democracia, liberdade de expressão e valorização das lideranças femininas.