Belém, 13/08/2023 - No domingo (10), mensagens com conteúdo ameaçador foram enviadas à vereadora Bia Caminha (PT) de Belém. O conteúdo sugeria um ato violento conhecido como "estupro corretivo", geralmente direcionado a mulheres lésbicas ou bissexuais para supostamente modificar sua orientação sexual.
Bia, ao perceber a mensagem, sentiu pânico imediato. Segundo ela, a ameaça de que os autores teriam seu endereço e fariam uma “visita” foi especialmente perturbadora.
A mensagem incluía: "Isso não é violência, é o que chamamos de 'estupro corretivo terapêutico', uma terapia de eficácia comprovada que 'cura' o homossexualismo feminino, porque ser sapatão é ser uma aberração."
Esta não é a primeira vez que a vereadora enfrenta esse tipo de intimidação. "Da primeira vez, o choque foi intenso. Ocorreu quando escolas em todo o Brasil sofriam ataques", afirmou Bia.
Ela ressaltou que crimes como este geralmente atingem mulheres LGBTQIAP+. "A intenção é nos retirar dos espaços políticos, usando ameaças e violência", disse a vereadora.
Outras 14 parlamentares em diferentes estados também foram alvo de ameaças semelhantes, incluindo a deputada federal Daiana Santos (PCdoB) e vereadoras do Psol como Mônica Benício, Iza Lourença e Cida Falabella.
Em resposta a crimes cibernéticos, a Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Pará e a Delegacia Geral da Polícia Civil oferecem canais para denúncias.
Dados da Central Nacional de Denúncias da Safernet mostram que, em 2022, houve 111.929 denúncias de crimes cibernéticos, um aumento de 9,9% em comparação a 2021.
Após registrar boletim de ocorrência, Bia Caminha enfatizou a importância da denúncia. "Não podemos ver a internet como um local sem lei ou como espaço para lesbofobia, racismo e crimes de ódio", declarou.
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