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Economia

Comércio de pratos típicos do Pará movimenta a economia do Estado no mês de outubro

A expectativa é que 50 mil turistas venham ao estado no período e injetem cerca de R$100 milhões na economia paraense

É no mês de outubro que o chef de cozinha Igor Pantoja mais usa o tucupi e a maniva, dois ingredientes indispensáveis no preparo dos pratos mais tradicionais do almoço do Círio: o pato no tucupi e a maniçoba.

“Nessa época, turistas de todo o Brasil e até do exterior vêm para conhecer a festa e a nossa culinária. Sempre que eles provam é muito interessante ver a reação deles porque são sabores únicos que não têm nada parecido no resto do mundo”, reforçou Igor.

Em maio deste ano, os sabores marcantes da Amazônia foram reconhecidos como patrimônios culturais de natureza imaterial do Estado do Pará pelas leis 9.601 e 9.606 de 2022. Título que reforça a identidade da culinária paraense e abre portas para empreendedores como Igor. 

“Esse reconhecimento fortalece a região e divulga ainda mais a nossa cozinha amazônica. Assim, quem não conhecia, vai saber que está provando um prato histórico, não apenas por ter sido reconhecido, mas porque de fato carrega esse peso”, enfatizou o chef de cozinha.

Para garantir o controle e a qualidade dos ingredientes, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado Pará (Adepará) atua na inspeção e fiscalização dos produtos, como explica Hamilton Altamiro da Silva, fiscal agropecuário da gerência da Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Adepará. 

“A maniva e o tucupi têm especificações para a sua fabricação. É o que nós chamamos de protocolo de produção, que é feito em cima de análises, estudos, visitas no local, etc. Tem muita coisa que envolve isso, mas a principal finalidade desse processo de fiscalização é chegarmos a um produto que ofereça segurança e qualidade alimentar ao consumidor”, garante o fiscal.

A agricultora Luciane de Oliveira, do assentamento Expedito Ribeiro de Santa Bárbara, começa a produção de pato, maniva e tucupi dois meses antes do Círio. Para melhorar o trabalho, a produtora recebe orientação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).  

“Recebemos uma assistência técnica para horticultura e várias outras situações. Além do tucupi e da maniva, essa é a época que mais vendemos patos e patas no assentamento, vendemos no quilo. Nossa venda para o Círio, no assentamento, praticamente já encerrou. Estamos apenas com uns 2% dos produtos que sobraram. Nosso maior rendimento é nessa época”, comemora a agricultora familiar. 

Em 2022, depois de dois anos de restrições oficiais por causa da pandemia, a expectativa é que o Círio atraia mais visitantes, impulsionando o turismo na capital. A expectativa da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) é que o Estado receba uma faixa de 50 mil turistas em todo o período. A movimentação deve injetar cerca de R$100 milhões na economia do Pará.

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Ag. Pará