Área de garimpo no município de Itaituba-Pa81% dos eleitores brasileiros esperam do próximo mandatário medidas urgentes de combate à violência na Amazônia, segundo pesquisa divulgada neste domingo (14). O levantamento foi encomendado pelo Instituto Clima e Sociedade ao PoderData e foi realizado por telefone com 3.000 eleitores em 312 cidades de todo o país entre 28 e 30 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Para 65% dos entrevistados, governo federal não está trabalhando para combater a grilagem, o tráfico de drogas, a exploração ilegal de madeira e outros crimes na Amazônia. Só 17% acham que o presidente Jair Bolsonaro trabalha para conter as práticas criminosas. De acordo com o mais recente relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a criminalidade na região cresceu em ritmo bem superior à média do país.
Um estudo organizado pelo Instituto Igarapé, a exploração ilegal de recursos da floresta está longe de ser problema local. Dados reportados no artigo “Territórios e caminhos do crime ambiental na Amazônia brasileira: da floresta às demais cidades do país”, mostram que o ecossistema da criminalidade mantido na região tem organização nacional e envolve 24 dos 27 estados brasileiros — ficam de fora apenas Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
Na pesquisa PoderData, o tráfico de drogas foi apontado por 39% dos eleitores como o crime que mais prejudica a floresta e suas populações. Em seguida aparecem a grilagem de terras, com 17%, e o garimpo ilegal, com 13%. A corrupção (9%), a exploração ilegal de madeira (8%) e o tráfico de animais (4%) também foram destacados.
As perguntas sobre violência foram incluídas na série de pesquisas após os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, que tiveram repercussão mundial.
Em relação à pesquisa anterior, cresceu o índice dos que acham a preservação da floresta “muito importante” para a imagem do Brasil no exterior: de 41% para 44%. Foram de 25% para 29% os que consideram-na “mais ou menos importante”. O “pouco importante” se manteve em 12%, e o “não tem importância” oscilou de 9% para 8%.
Além disso, a maioria dos entrevistados, 65%, considerou que a proteção da Amazônia é importante para o desenvolvimento econômico do Brasil, contra 19% que não a consideram importante.
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