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Bolsonaro é condenado a pagar indenização a jornalista da Folha de S. Paulo

Decisão reconheceu que Bolsonaro ofendeu jornalista com insinuação de cunho sexual. Por isso, presidente deverá pagar R$ 35 mil em indenização

atrícia acionou a justiça, em fevereiro de 2020, após ataque, movido pelas reportagens, feitas por ela, que revelou esquema de financiamento para disparo de mensagens em massa durante as eleições de 2018A jornalista Patrícia Campos Melo, da Folha de S. Paulo, venceu, novamente, o processo contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), por ofensa e insinuação. A decisão desta quarta-feira (29/6) foi do Tribunal de Justiça de São Paulo que, por quatro votos a um, condenou o chefe do Executivo a pagar R$ 35 mil em indenização. 

O julgamento começou na tarde de ontem e a 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal reconheceu que Bolsonaro ofendeu a jornalista com insinuação de cunho sexual. Patrícia acionou a justiça, em fevereiro de 2020, após ataque do presidente em função de reportagens feitas por ela, que revelou esquema de financiamento para disparo de mensagens em massa durante a campanha presidencial de 2018.

Durante entrevista, o presidente afirmou que a repórter “queria dar um furo a qualquer preço”. No jornalismo, o termo ‘furo’, significa dar uma informação exclusiva. O ataque foi em referência a um depoimento na CPI Fake News feito por Hans River do Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa no Whatsapp.

Na ocasião, Nascimento afirmou que a jornalista “queria um determinado tipo de matéria a troco de sexo”. Após o episódio, Patrícia relata que recebeu várias ameaças, menções de estupro e memes pornográficos.  

Processo corria na justiça

Em 2021, a juíza Inah de Lemos e Silva Machado, da 19ª Vara Civil de São Paulo, condenou Bolsonaro a indenizar a repórter em R$ 20 mil por danos morais, além de pagar as custas processuais no valor de 10% da condenação. 

"Não há que se falar em liberdade de expressão, devendo observar o direito alheio, especificamente a honra da vítima", disse a juíza na ocasião.

O chefe do Executivo, por sua vez, entrou com recurso e o caso foi assumido pelo TJ. Na semana passada, o desembargador Salles Rossi entrou em defesa do presidente e afirmou não ter visto ofensa sexista na declaração contra Patrícia. No entanto, o TJ decidiu em favor de Patrícia. 

A jornalista comemorou a decisão da justiça em suas redes sociais, e afirmou ser “uma vitória de todas nós mulheres.

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Estado de Minas