Prefeitura de Petrópolis decretou estado de calamidade pública e reforçou as equipes nos hospitaisO número de mortos em consequência do forte temporal que provocou enchentes e deslizamentos de terras em Petrópolis aumentou para ao menos 104 na noite desta quarta-feira (16/02), segundo informações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Ao menos oito vítimas são crianças.
O Corpo de Bombeiros ainda não tinha informações sobre o número de desaparecidos, mas dados revelados Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) indicavam que ao menos 35 pessoas estavam sendo procuradas pelas equipes de resgate.
Ao menos 54 casas foram destruídas pela tempestade e mais de 430 pessoas foram levadas para abrigos improvisados em escolas. Em torno de 400 bombeiros e 200 policiais civis participam dos resgates em Petrópolis, incluindo peritos legistas e criminais, auxiliares de necropsia, papiloscopistas e técnicos de várias delegacias da região.
Castro disse que o temporal na cidade, localizada na região montanhosa do estado, foi uma "tragédia histórica". "Foi a pior chuva desde 1932. Realmente, foram 240 milímetros em coisa de duas horas. Foi uma chuva altamente extraordinária”, lamentou.
De acordo com a agência meteorológica MetSul, em menos de seis horas, algumas partes da cidade receberam até 260 milímetros de água, mais do que o esperado para todo o mês de fevereiro. A média esperada para o mês é de 238 milímetros.
A prefeitura decretou estado de calamidade pública e reforçou as equipes nos hospitais. A Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada para a região.
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a Defesa Civil de Petrópolis teria recebido no dia anterior à tragédia um alerta de chuvas com potencial para deflagar deslizamentos de terra "especialmente nas regiões de serra e/ou densamente urbanizadas".
O alerta teria sido dado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Paulo Artaxo, professor titular do Instituto de Física da USP e vice-presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, disse que, uma vez alertadas, as autoridades deveriam ter retirado os moradores das áreas de risco.
"O governo do Rio de Janeiro deveria ter evacuado [as áreas de risco de] Petrópolis quando recebeu o alerta de risco de desastre. Isso é óbvio", afirmou Artaxo à Folha. "Se há um alerta de chuva forte em uma região sabidamente de risco, a primeiríssima coisa a se fazer é retirar todo mundo desse local.”
Cláudio Castro negou que as autoridades tivessem sido alertadas no dia anterior à tragédia. "Não chegou esse aviso. Se tivesse chegado com certeza teríamos feito [a evacuação]". O governador elogiou o trabalho da Defesa Civil. "Muita gente deixou de ser vitimada graças ao trabalho deles", afirmou.
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rc (ots)
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