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Atualidades

Desmatamento da Amazônia bate recorde para janeiro

Inpe aponta que 360 km² de floresta foram destruídos nas três primeiras semanas do ano, mais do que em qualquer mês de janeiro desde 2015, quando começa a série do programa Deter. Em janeiro do ano passado, foram 83 km²

Desmatamento elevado em janeiro indica risco de novos recordes de derrubada de matas ao longo do anoO desmatamento na Amazônia brasileira bateu um novo recorde para janeiro já nas três primeiras semanas do ano, segundo dados oficiais divulgados nesta quarta-feira (02/02).

Cerca de 360 km² de floresta foram destruídos entre 1º e 21 de janeiro, de acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Embora o registro pare em 21 de janeiro, a área desmatada até esse dia já é maior do que qualquer janeiro completo desde 2015, quando o Inpe lançou o programa de monitoramento periódico Deter.

O desmatamento da Amazônia em todo o mês de janeiro do ano passado foi de 83 km², quatro vezes menos do que o registrado nas três primeiras semanas de 2022.

Especialistas avaliam que os dados podem indicar um risco elevado de que 2022 se torne outro ano devastador para a Amazônia no Brasil, onde o desmatamento aumentou desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019.

"Um número tão alto em janeiro, que é o pico da estação chuvosa, certamente chama atenção e nos deixa extremamente preocupados", disse à agência AFP Claudio Angelo, da ONG Observatório do Clima.

Em novembro, o Inpe anunciou que o desmatamento da Amazônia brasileira havia se estendido a 13.235 km² entre agosto de 2020 e julho de 2021, um número inédito em 15 anos.

Foi o terceiro aumento anual consecutivo desde a chegada ao poder de Bolsonaro, que é alvo de críticas por ter enfraquecido as políticas de proteção à floresta e por ter promovido a mineração e a exploração agrícola em áreas protegidas.

Fiscalização deficiente

Um relatório divulgado nesta terça-feira (1º/02) pelo Observatório do Clima, uma rede que reúne dezenas de organizações civis, apontou que o Ibama gastou menos da metade de seu orçamento de 2021 para fiscalizar crimes ambientais. Dos 219 milhões de reais disponíveis, apenas 88 milhões de reais (41%) foram liquidados para fiscalizar crimes ambientais nos biomas brasileiros.

Se há menos fiscalização, há menos multas. O volume de autos de infração por desmatamento em 2021 foi o menor em duas décadas. O número de embargos de propriedade caiu 70% em relação a 2018. A queda de infrações foi inclusive alvo de elogios de Bolsonaro, que em janeiro se gabou de que seu governo teria reduzido em 80% o número de multas.

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bl (AFP, DW)