Circulou nesta semana a notícia de que Ciro Gomes gostaria de ter Marina Silva (foto), da Rede, como vice em sua chapa à presidência. As chances de isso acontecer são bem pequenas, por três razões.
A primeira, talvez superável, é que Marina não aceitaria trabalhar com João Santana, o marqueteiro de Ciro. Em 2014, quando a ambientalista concorreu à presidência, sua candidatura foi atacada sem piedade pelo PT. O responsável pelos ataques, que Marina considerou brutais, foi Santana, e ela o abomina desde então.
A segunda razão é que a Rede negocia com o PSOL a formação de uma federação partidária, e o PSOL já declarou apoio a Lula no primeiro turno das eleições deste ano. Muitos “redistas” gostariam de fazer o mesmo.
A terceira razão é a mais importante. Em 2018, a Rede não superou a cláusula de barreira, e por isso ficou privada dos recursos do fundo partidário. Nos últimos anos, a sigla sobreviveu à base de doações. Superar a cláusula nesta eleição é indispensável, e isso significa eleger 11 deputados, em ao menos 9 Estados.
“É uma questão de sobrevivência para nós”, diz Wesley Diógenes, porta-voz do partido. “Todos os nossos esforços giram em torno de eleger a bancada da Câmara.”
Há dúvidas que a participação na aventura eleitoral de Ciro possa ajudar nessa tarefa. Vai dizer que não faz sentido?
Há uma campanha no partido para convencer Marina Silva a concorrer a uma vaga de deputada federal. Ninguém teme uma derrota nesse caso. Só ficaria faltando eleger outros dez parlamentares.
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Carlos Graieb | O Antagonista
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