Lideranças religiosas que não se alinham a Jair Bolsonaro de forma ruidosa passaram a creditar a aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) também ao PT e ao ex-presidente Lula, que não teriam feito carga contrária ao "terrivelmente evangélico" indicado por Jair Bolsonaro para a Corte.
Senadores do PT, como Humberto Costa (PT-PE), e o próprio Lula conversaram com evangélicos que apoiavam a ida de Mendonça para o STF. O partido não fechou questão contra a indicação, e liberou seus parlamentares para votar como quisessem.
O ex-presidente manifestou a religiosos, e também a senadores petistas, a posição de que um presidente da República tem o direito de fazer a indicação que acha mais apropriada. E que Bolsonaro exercia esse direito, assim como ele e Dilma Rousseff viram aprovados todos os nomes que indicaram para o Supremo.
Pela contabilidade das lideranças evangélicas, senadores do PT seguramente votaram contra Mendonça —mas o apoio de apenas alguns poucos deles pode ter feito toda a diferença para a aprovação do nome, em um placar que estava muito apertado.
Já o presidente Bolsonaro, que cumpriu a promessa de indicar um evangélico para o cargo, gerou desconfiança na reta final por não ter feito o esforço que religiosos esperavam pela aprovação de André Mendonça. Mas, apesar do ruído de última hora, tem a gratidão das lideranças.
A resistência maior a Mendonça entre setores do partido se mantinha por causa da proximidade dele com a Operação Lava Jato. Promessas do futuro ministro de que será um juiz garantista, no entanto, ajudaram a amenizar o clima contrário a ele.
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Folha de S. Paulo
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