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Poder

Esquerda trabalha pra montar um federação com cinco partidos

PT, PSB e PC do B estão quase certos; PV e Rede também negociam, enquanto Psol e PDT, a princípio, estão fora

A criação de uma federação de partidos de esquerda está cada vez mais próxima. Congressistas pressionam as cúpulas das legendas. A união de pelo menos 3 siglas desse campo é quase certa, mas há chances de se chegar a 5.

Estão praticamente acertados os seguintes partidos:

  • PT (53 deputados) – Luiz Inácio Lula da Silva é simpático à ideia. Quer ter uma base forte e coesa para governar, caso ganhe as eleições do ano que vem, ou para fazer oposição;
  • PSB (31 deputados) – a bancada é quase toda favorável; João Campos prefeito de Recife, é o principal entrave;
  • PC do B (8 deputados) – articulou a criação das federações e precisa se juntar a outras legendas para sobreviver

Se os 3 partidos realmente se unirem, a federação será maior que a União Brasil, fruto da fusão entre o PSL e o DEM. Seriam 92 deputados das legendas de esquerda, número superior aos atuais 80 do novo partido–contando as bancadas atuais.

Também podem se juntar à federação o PV e a Rede. Os partidos têm, somados, 5 deputados. No caso da Rede, há resistência de Marina Silva e Heloísa Helena, que têm relação conturbada com o PT.

Se é verdade que a Rede está dialogando com PT, PSB e PCdoB, mas também está dialogando com o PSOL, para, na eventualidade de não sair a federação de esquerda com as legendas maiores, poder somar com o PSOL e o PCdoB numa aliança verde-vermelho, como vem acontecendo na Europa. Rede e PSOL já integram a Rede Ecossocialista Brasileira juntos.

Caso haja junção das 5 legendas, seriam 97 representantes na Câmara.

As federações partidárias foram criadas neste ano –ainda há questionamento no Supremo Tribunal Federal. O dispositivo ajuda os partidos a eleger deputados e vereadores.

Além disso, permite que as legendas somem suas votações para atingir a cláusula de desempenho. Trata-se do mecanismo que regula o acesso ao fundo partidário.

PC do B, PV e Rede dificilmente atingirão os 2% dos votos para deputado federal necessários para bater a cláusula no ano que vem.

Em uma federação, terão menos protagonismo. O grupo terá um líder de bancada só, por exemplo. Mas as estruturas partidárias fora do Congresso poderão ser mantidas.

Hoje, PDT fora

PDT e Psol são os únicos partidos de esquerda do Congresso que rejeitam, no momento, juntarem-se a essa ou outra federação.

O PDT tem Ciro Gomes como pré-candidato a presidente da República. Uma federação comporta apenas 1 postulante, que, nesse caso, será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele lidera as pesquisas de intenção de voto.

Os deputados da legenda, no entanto, avaliam que a entrada do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) na disputa eleitoral complicou o cenário para Ciro.

A viabilidade da pré-candidatura está sendo questionada na bancada do partido. A cúpula da legenda é favorável à manutenção do nome do pedetista.

Os articuladores da federação ainda acham possível atrair o PDT, caso a candidatura de Ciro Gomes naufrague de vez.

Booster eleitoral

Os articuladores da federação acreditam que, se a entidade sair do papel, ela elegerá mais deputados do que os partidos integrantes elegeriam separadamente.

O motivo seria a exigência de desempenho aprovada neste ano para eleger deputados nas chamadas “sobras” –vagas que as siglas não conseguem preencher pelo quociente eleitoral.

A união de legendas de esquerda poderá avançar nas sobras que ficariam com outras siglas caso todas disputassem sozinhas. Também somariam as próprias sobras e poderiam, com isso, fazer um quociente a mais, por exemplo.

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Redação e Poder 360º