Equipe médica do prefeito de Belém concede entrevista coletiva à imprensaConsciente, orientado, respirando bem, sem aparelhos, sem desconforto, sem angústia, sem febre e com pressão normal. É assim que o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, 64 anos, se encontra nesta segunda-feira, 25. Ele teve infecção severa pela covid-19 confirmada no dia 1o de outubro. Desde então, já passou por duas internações e foi submetido a duas cirurgias, ambas em menos de 48 horas.
Uma delas ocorreu na noite de sábado, 23, para drenar a hemorragia intratorácica, complicação considerada rara na medicina, segundo especialistas.
Outra foi mais longa, realizada nesta segunda, 25, com anestesia geral, para cauterização e contenção de sangramento residual na caixa torácica. Esta é formada pelo esterno, costelas e coluna vertebral, protege os pulmões e os outros órgãos no tórax.
O prefeito está se reabilitando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Porto Dias, no bairro do Marco, em Belém, onde iniciou a segunda internação, sábado passado. A saúde de Edmilson Rodrigues foi assunto de coletiva concedida, na tarde desta segunda, 25, pela equipe médica que o atende no hospital.
Rômulo Nina, superintendente do Hospital Porto Dias, afirma que a cada hora Edmilson Rodrigues se afasta da possibilidade de complicações. E, nas próximas 48 horas, a expectativa é que o tratamento dele avance para a Unidade de Internação e, depois, seja possível continuá-lo em casa.
“Ele se está se reabilitando para que, tão logo, possa sair da UTI. São próximas 48 horas de observação. A cada hora ele se afasta mais da possibilidade de complicações. Completando essas 48 horas, ele desce para a suíte, para a Unidade de Internação, onde a gente planeja e programa, para que ele possa dar continuidade ao tratamento em domicílio”, frisa Nina.
O pneumologista André Nunes destaca que o caso do prefeito, que teve hemorragia localizada na caixa ou cavidade torácica, é raro. “Inclusive, de imediato, fazemos levantamento na Literatura Médica e não há nada sobre isso”.
O médico explica, ainda, que o prefeito de Belém teve hemorragia espontânea intratorácica potencializada e causada por anticoagulantes (medicamentos que impedem a formação de coágulos no sangue). “O sangramento pode acontecer, mas, em outros locais. Então, realmente foi uma complicação incomum, infrequente”, afirma Nunes.
Após o procedimento médico para drenar a hemorragia, ocorrido na noite do sábado anterior, o pneumologista diz esperar que não haja mais percalços. E reitera que Edmilson Rodrigues possa avançar no tratamento nas próximas 48 horas.
“Uma vez instituídas as condutas e ele reagindo bem, nossa expectativa é que estabilize rapidamente, não precise mais de grandes recursos e, se possível, sair da UTI. Mas precisamos de pelo menos 48 horas de observação”, ressalta o pneumologista.
André Nunes reitera que nesta segunda, o prefeito respira bem, espontaneamente, sem desconforto, sem angústia, com um ou dois litros de oxigênio, ainda com restrição por conta da dor. “Mas os pulmões, mesmo após covid severa, funcionam de forma satisfatórias”, observa o pneumologista.
O cirurgião torácico Roger Normando conta que o momento mais crítico e difícil para ele e toda equipe médica foi decidir quando intervir, para conter o sangramento, a hemorragia intratorácica do prefeito, que já tomou duas doses da vacina contra a covid-19.
“Calculamos que ele sangrou dois litros, na primeira cirurgia. Mais dois litros de coágulo. Foi quase todo o sangue dele. Então, repusemos cerca de quatro bolsas de sangue antes da cirurgia. Mesmo assim, continuou com débito, mas não fizemos mais. Até para evitar repercussão nos rins, que sofria estresse até da medicação. Ele suportou muito bem a retirada de sangue e, logicamente, era uma quantidade grande”, avalia o cirurgião.
Assim, ainda segundo o cirurgião torácico Roger Normando, a equipe precisava esperar melhorar a condição clínica do prefeito Edmilson e a coagulação restabelecer, para ele suportar o procedimento cirúrgico e ocorrer a intervenção.
“Porque ele também estava ainda tomando a medicação e o sangramento poderia ser incontrolável. Esse foi o ponto fundamental e que nos levou ao sucesso. Graças a Deus”, comemora o cirurgião, o qual considera que, inicialmente, o quadro de saúde do prefeito era “potencialmente grave”.
Participam também da coletiva os infectologistas Rita Medeiros e Lourival Marsola, e o médico intensivista Ítalo Costa.
Para ajudar no restabelecimento da saúde e tratamento do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, que recebeu transfusão de sangue e foi preciso repor os estoques, houve mobilização na sociedade para quem pudesse doar sangue do tipo A – (Negativo).
Muitas pessoas fizeram esse gesto de amor e solidariedade, e se deslocaram até o Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Belém (Ihebe), nesta segunda, 25, bairro do Marco, em Belém.
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