Mesmo com o interesse comum em se opor ao governo Bolsonaro, partidários do PT e do Psol confirmaram que não vão participar das manifestações previstas para o 12 de Setembro. Os dois partidos informam que estão trabalhando junto com demais legendas e movimentos da oposição para organizar uma outra manifestação separada, “mais ampla” em seus termos, exigindo o impeachment do presidente e prevista para os dias 2 de outubro e 15 de novembro.
Em sua nota, o Partido dos Trabalhadores afirma já ter se posicionado nas ruas contra Jair Bolsonaro, durante as manifestações do Grito dos Excluídos, ocorridas no Sete de Setembro . Além disso, reforçaram suas pautas oposicionistas também na véspera do ato, quando o ex-presidente Lula se pronunciou nas redes sociais. A nota também confirma que o PT não participará e sequer foi convocado para as manifestações do dia 12, mas que simpatizam com todas as manifestações com a pauta "Fora Bolsonaro".
De acordo com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), a sigla reuniu lideranças de nove partidos (PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, PV, Solidariedade, Rede e Cidadania) para organizar o ato nacional unificado. Apesar de não se juntar aos atos do dia 12, Hoffmann não deixa de considerar legítimos os protestos. “Enquanto construímos esta grande manifestação de unidade pela democracia, pelo Brasil e pelos direitos do povo, incentivamos todos os atos que forem realizados em defesa do impeachment”, declara em suas redes sociais.
A postura do Psol foi semelhante. Em nota, afirmam que “Seguimos em debate com os partidos de oposição para a construção de uma manifestação ampla pela saída de Bolsonaro nas próximas semanas e nos dedicaremos a essa tarefa”. Guilherme Boulos, membro do PSOL e organizador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), também divulgou uma nota confirmando a presença na reunião entre os movimentos convocados pelo PT. “Todas as mobilizações contra o golpismo bolsonarista são bem-vindas”, complementa.
De acordo com o deputado Alencar Santana (PT-SP), a não adesão da sigla aos protestos do dia 12 se deve principalmente às divergências com as pautas complementares da manifestação. “Entendemos que a finalidade inicial dos atos era a pauta ‘nem Bolsonaro, nem Lula’, então não vimos muito sentido em participar. Mas também não vamos criticar eventuais parceiros ou aliados que estiverem presentes”, explica.
A iniciativa de realizar um ato separado, de acordo com o parlamentar, não tem por objetivo concorrer com o já previsto, e sim concentrar esforços na pauta principal. “Entendemos a importância de construir um ato coletivamente com todas as forças políticas que se opõem ao governo Bolsonaro. Construir algo novo, com todo mundo, amplo e de maneira coletiva”, afirma.
Há também a discordância do Partido dos Trabalhadores com o Movimento Brasil Livre (MBL), movimento que iniciou a convocação dos atos para o dia 12. “Querendo ou não, o MBL ajudou e é um dos pais do Bolsonaro”, declara
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Congresso em Foco
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