IBOVESPA 107.398,97 −6.278,28 (5,52%)

Poder

Policiais aposentados se passam por PMs da ativa e convocam para ato bolsonarista no dia 7

Nas redes, reservistas que apoiam Bolsonaro exibem patente e farda, mas escondem aposentadoria

O major Gerson Rodrigues e o presidente Jair Bolsonaro em evento da Polícia Militar de São PauloAgentes da reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo têm usado as redes sociais para difundir a ideia de que as manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), marcadas para 7 de setembro, têm o apoio de integrantes da corporação.

Os policiais aposentados ludibriam a audiência no Facebook e no Twitter com fotos vestindo farda da PM e com suas patentes na descrição dos perfis. Eles escondem, contudo, que não pertencem ao quadro atual de funcionários da polícia.

A aposentadoria garante proteção aos posicionamentos político-partidários feitos pelos oficiais, já que apenas os policiais da ativa são proibidos regimentalmente de fazer manifestações públicas representando a corporação.

Na manhã de segunda (23), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou o coronel da ativa Aleksander Lacerda da Polícia Militar de São Paulo. A medida ocorreu em função de publicação nas redes sociais na qual o oficial convocava policiais de São Paulo para os protestos de 7 de setembro.

O Brasil de Fato consultou a situação contratual de dois oficiais que se identificam "major da Polícia Militar do Estado de São Paulo" no Facebook e no Twitter: Gerson Rodrigues e Aldrin Santos Corpas.

O primeiro deles, segundo o Portal da Transparência, está aposentado. Rodrigues aparece nos registros como funcionário da São Paulo Previdência (SPPrev), padrão para funcionários que encerraram suas atividades profissionais no serviço público.

O segundo, de acordo com o Diário Oficial do Estado SP, passou para a reserva em fevereiro deste ano. Desde janeiro, Aldrin faz publicações nas redes sociais em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta semana, uma publicação feita por Aldrin viralizou na rede social após denúncias de que "mais um policial" estaria defendendo os atos pró-Bolsonaro. Ao invés de esclarecer que não integrava mais os quadros da PM, ele passou a xingar os seguidores nas redes sociais.

___________

Brasil de Fato