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Garimpeiro preso por saquear terra indígena é filiado ao DEM e ostenta armas em vídeo

Em imagens publicadas em seu canal no Youtube, homens exibem fuzis e pistolas e escavam áreas desmatadas no Pará

Gilson Spier exibe armas em vídeoGilson Spier, conhecido como Polaquinho, preso pela Polícia Civil do Pará no último dia 13 de maio, acusado de manter um esquema de invasão e extração ilegal de ouro da Terra Indígena Munduruku, no Pará, é filiado ao partido Democratas (DEM), no diretório de Jacareacanga (PA), desde 5 de outubro de 2011. Ele possui um canal da plataforma Youtube, onde mantém vídeos exibindo armamentos pesados e equipamentos de garimpo. Procurado, o partido não se pronunciou sobre a prisão de seu filiado. 

De acordo com a Polícia Federal, que pediu a prisão de Spier, ele é dono de um helicóptero, armas e maquinário que garantem a segurança de garimpeiros que invadem o território Munduruku e executam atividade extrativista ilegal. Os equipamentos serviam para ampliar ou abrir novas áreas de garimpo, segundo a polícia.

O bando chefiado por Spier costuma ostentar as armas que possui. Em um vídeo, Polaquinho aparece com duas pistolas na mão e exibe armamento que seria de uso do grupo que pratica invasões. “Fuzil e 12 (armamento de alto calibre)? Ah meu Deus do céu”, exclama o homem que grava o vídeo. Uma farta munição é mostrada também. A cena é acompanhada por uma criança.

Além das armas, Spier postou dois vídeos em seu canal no Youtube, que segue ativo, mostrando a sua rotina no garimpo. Ambos de janeiro de 2019. No primeiro, vários homens tentam desatolar caminhões em uma estrada de terra. No segundo, garimpeiros se apinham em uma área desmatada, com pás e picaretas.

Fuga e detenção

A prisão de Spier foi possível porque um dia antes, em 12 de maio, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou a região de Itaituba (PA) com agentes do Ibama e do ICMBio. Os helicópteros utilizados eram da Força Nacional de Segurança, e Polaquinho imaginou que seria uma operação para prendê-lo. Foi então que tomou a decisão de fugir para Jacareacanga, onde foi detido.

Ele estava foragido desde o dia 22 de abril, quando a Polícia Federal estourou a Operação Divitia. Embora tenha escapado, Spier teve dois carros de luxo apreendidos pelos agentes e um helicóptero. Um celular e documentos completam a lista do material apreendido pelos policiais.

Em março deste ano, a equipe de Spier atacou uma associação de mulheres mundurukus, após serem impedidos de entrar no território. Durante a operação, a equipe de Polaquinho tentou usar indígenas para negociar a instalação do garimpo.

A Polícia Federal denunciou cinco indígenas por mineração ilegal, crime contra o patrimônio da União e associação criminosa. São eles: Waldelirio Manhuary, apontado como líder do grupo, Josias Manhuary, Adailton Pago, Francisco Xiri e Zenobio Manhuary.

A legalização da extração de minérios em terras indígenas é uma promessa antiga do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e está frequentemente na boca de Ricardo Salles.

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Brasil de Fato