Reflexão e a solidariedade com as vítimas da pandemia marcaram o ato do Dia do Trabalhador, neste 1º de maio. Organizado pelas centrais sindicais, o evento aconteceu de maneira totalmente virtual este ano e reuniu artistas, representantes dos trabalhadores, lideranças sindicais, políticos e intelectuais.
A lista diversificada de convidados expõe o entendimento de que é preciso uma resposta unificada à inação do governo federal em meio à crise sanitária, pela defesa da vida, da democracia e da vacina para todos. O evento contou com a presença dos ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Também participaram os ex-candidatos Manuela d'Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (Psol) e Ciro Gomes (PDT), assim como lideranças dos movimentos populares e de partidos, representantes religiosos e entidades sindicais internacionais.
Dilma Rousseff Lembrou que no último ano o Brasil superou recordes de desemprego e chegou a números alarmantes de mortos e contaminados pela covid-19, "Vivemos uma catástrofe sanitária e social. O país está submetido ao comportamento genocida de um governo que despreza a vida e desdenha dos que choram pelos seus mortos."
Ainda nas palavras da ex-presidenta, "É deliberado o desprezo do governo pela saúde do povo. É intencional a recusa do devido apoio aos desempregados e à população que vive em situação de vulnerabilidade".
O ex-presidente Lula, ressaltou o desmonte do país, que culminou na falta de condições de combate à pandemia e proteção das famílias, "A economia brasileira encolheu. Entre 2015 e 2020, 37 mil indústrias fecharam as portas, o equivalente a 17 por dia".
"Este é um primeiro de maio triste para os trabalhadores e trabalhadoras do brasil, um dia de luta pelas 400 mil vidas perdidas, muitas delas porque o governo Bolsonaro se recusou a comprar as vacinas oferecidas. Sabemos o tamanho do desafio, nosso país está sendo devastado pelo governo do ódio e da incompetência, mas sabemos também da nossa força", afirmou Lula.
Guilherme Boulos enfatizou que é preciso reunir todas as forças progressistas brasileiras, "O desgoverno de Bolsonaro não salvou nem vidas e nem emprego. Hoje, é o momento de a gente lembrar que não é só o vírus que mata. O corte do auxílio emergencial mata, o corte de recursos para o SUS mata, a fome mata".
"Bolsonaro foi central na devastação do trabalho durante a pandemia", diz sociólogo
Luciana Santos, presidenta do PCdoB, destacou, "Esse é um dia de conquistas, mas também um dia de luta. Nós estamos, mais do que nunca, decididos a lutar pela vida, a desmascarar e isolar um presidente da República que não tem o mínimo compromisso com o povo brasileiro. Os trabalhadores, no 1º de maio, se levantam!"
As centrais destacaram a atuação institucional ao longo da pandemia, no Congresso Nacional, entre governadores e prefeitos, movimentos populares e no judiciário. Em meio à crise sanitária, as entidades optaram por buscar uma caminho de resistência propositava em defesa da vida, da renda básica, dos salários, do emprego, da vacina para todos e por democracia.
Ao longo da pandemia, elas atuaram na defesa do valor de R$ 600 para o auxílio emergencial, das medidas de proteção dos empregos e dos trabalhadores e do combate aos coronavírus. Este ano, as centrais vão publicar a Agenda Legislativa 2021, com informações sobre projetos chave para os trabalhadores, como a reforma tributária solidária e as normas de garantia dos direitos trabalhistas.
A campanha “Tem Gente com Fome” foi destaque na transmissão. Durante o evento foram levantadas doações para o projeto, que desde março se empenha na doação de cestas básicos à pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade.
Os organizadores da iniciativa pretendem arrecadar R$ 133 milhões e as doações não foram finalizadas. É possível participar e doar por meio do site da ação. A campanha é uma iniciativa da Coalizão Negra por Direitos, e foi apoiada por diversos movimentos sociais e ONGs, como Anistia Internacional, Oxfam, Instituto Ethos, 342 Artes e Ação Brasileira de Combate às Desigualdades.
21 mil pessoas pegaram covid-19 em ambientes de trabalho em 2020 no Brasil
O ato das centrais sindicais reuniu CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical e Pública. Também houve participações de Elza Soares, Chico César, Tereza Cristina, Delacruz, Johnny Hooker, Marcelo Jeneci, Odair José, Aíla, Bia Ferreira e Doralyce, Fábio Assunção e Osmar Prado.
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Brasil de Fato
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