O Twitter baniu nesta sexta-feira (08/01) a conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ter identificado riscos de que ele volte a usar a rede social para incitar atos violentos.
A plataforma estava sob pressão crescente para tomar medidas adicionais contra Trump após a invasão do Capitólio na quarta-feira (06/01), que interrompeu temporariamente a sessão que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro e deixou cinco mortos.
O Twitter havia inicialmente suspendido a csonta de Trump por 12 horas, após ele ter postado um vídeo em que repetia afirmações falsas sobre fraude eleitoral e elogiava os seus apoiadores que invadiram o Congresso americano. Agora, a suspensão é permanente.
"Após análise cuidadosa de tuítes recentes da conta @realDonaldTrump e do contexto ao redor deles, decidimos suspender permanentemente a conta devido a riscos de novas incitações à violência", afirmou a rede social em um tuíte.
A decisão do Twitter retira de Trump um instrumento poderoso que ele vinha usando por mais de uma década para se comunicar diretamente com os americanos. Ele usou o Twitter para comunicar mudanças em políticas governamentais, desafiar opositores, insultar inimigos, elogiar aliados e a ele mesmo, além de espalhar desinformação, flertar com o incentivo à violência e atacar, em letras maiúsculas, pessoas que eram objeto de sua ira.
Durante muito tempo, o Twitter deu a Trump e a outros líderes mundiais um salvo-conduto para escapar de suas regras destinadas a coibir ataques pessoais, discurso de ódio e outros comportamentos. Mas, em uma explicação detalhada postada em seu blog na sexta-feira, a empresa disse que tuítes recentes do presidente americano expressavam glorificação da violência, quando lidos no contexto da invasão do Capitólio e de planos que estão circulando na internet para futuros protestos armados relacionados à posse de Biden, no dia 20 de janeiro.
Nesses posts, Trump afirmou que não iria participar da posse de Biden e se referiu aos seus apoiadores como "Patriotas americanos", dizendo que eles terão "uma voz imensa no futuro". Para o Twitter, essas afirmações "têm o potencial de inspirar outros a replicar os atos violentos que ocorreram em 6 de janeiro de 2021, e há diversos indícios de que eles estão sendo lidos e interpretados como um incentivo a fazer isso".
A empresa afirmou que "planos para futuros protestos armados já começaram a proliferar dentro e fora do Twitter, incluindo a proposta de um segundo ataque ao Capitólio e a outros edifícios oficiais em 17 de janeiro de 2021".
O Twitter afirmou que sua política de uso autoriza líderes mundiais a falar com o público, mas que suas contas "não estão totalmente acima de nossas regras" e não podem usar o Twitter para incitar a violência. Trump tinha cerca de 89 milhões de seguidores.
Em função do teor dos posts recentes do presidente americano, o Facebook, que também controla o Instagram, já havia tirado no ar, na quinta-feira, as páginas de Trump em ambas as redes sociais até pelo menos Biden tomar posse como presidente.
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BL/ap
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