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Poder

STJ determina que Crivella cumpra prisão domiciliar

Prefeito do Rio será monitorado por tornozeleira eletrônica e mantido afastado do cargo. Ele foi preso preventivamente no contexto de investigação sobre esquema de propinas na prefeitura

Ao ser preso, Crivella afirmou que foi o prefeito que mais lutou contra a corrupção no RioO presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, concedeu nesta terça-feira (22/12) prisão domiciliar ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. Ele foi afastado do cargo e preso preventivamente na manhã do mesmo dia, em operação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro.

Segundo a determinação do STJ, Crivella será monitorado por tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com terceiros e de falar ao telefone. Ele também deverá entregar aparelhos telefônicos, computadores e tablets às autoridades e seguirá afastado do cargo.

A ação em que Crivella foi preso é um desdobramento da Operação Hades, que investiga desde 2018 um suposto esquema de propina na prefeitura fluminense, com base em delação do doleiro Sérgio Mizrahy.  

Ao solicitar habeas corpus, a defesa de Crivella afirmou que a prisão foi "decretada com base em presunções genéricas e abstratas, desamparadas de qualquer base legal". "O prefeito terá sua inocência demonstrada no curso do processo", declararam os advogados.

O ministro Martins, do STJ, justificou a prisão domiciliar por Crivella ter 63 anos e pertencer ao grupo de risco da covid-19, mas argumentou que a detenção é necessária para "evitar a prática de novas infrações penais, tendo em conta que o mandato de prefeito do município do Rio de Janeiro expira em 1º de janeiro de 2021".

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Crivella disputou neste ano a reeleição contra Eduardo Paes (DEM) e perdeu no segundo turno, por 64% a 36% dos votos válidos. Seu mandato se encerra em 31 de dezembro.

"QG da propina"

O Ministério Público acusa Crivella e outras 25 pessoas de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. Crivella seria o líder de um "QG da propina" existente na prefeitura.

O esquema seria comandado pelo empresário Rafael Alves, apontado como amigo íntimo de Crivella e que também foi preso nesta terça. Para o MP, Crivella sabia das propinas e autorizava as ilegalidades. 

Ao chegar à Cidade da Polícia após ser preso pela manhã, o prefeito atribuiu a sua prisão a uma perseguição política. "Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do Carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro", afirmou. Ele disse esperar por justiça.

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LF/BL/abr/ots