Indústria de veículos automotores registrou a maior queda de produçãoNo primeiro mês a sentir efeitos do novo coronavírus no País, a produção industrial caiu 9,1% em março ante mês anterior, a maior queda mensal desde maio de 2018 (-11%), quando houve a greve dos caminhoneiros. Frente a março de 2019, a indústria recuou 3,8%, acumulando retração de 1,7% no ano e de 1% em 12 meses.
Apesar da já expressiva queda, a expectativa é que o resultado de abril seja pior. "Só depois da segunda quinzena (de março), houve paralisação das atividades, enquanto em abril foi um mês completo de quarentena, de forma que o resultado, infelizmente, será ainda pior", diz o economista Allison Martins. A expectativa para maio é semelhante.
Martins destaca ainda que o nível de atividade em março foi equivalente ao de agosto de 2003. "Praticamente, é como se nós tivéssemos voltados no tempo em aproximadamente 17 anos", aponta.
Setores
Os dados divulgados, ontem (5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam retração em 23 dos 26 ramos industriais pesquisados, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (-28%). "Tudo aquilo que está relacionado com a indústria mais intensiva acabou sofrendo um impacto significativo devido à retração da atividade econômica", observa o economista Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).
Para Coimbra, a tendência é que, mesmo após o fim das restrições impostas pela quarentena, a recuperação se dê apenas no longo prazo. "Houve um efeito muito forte, e a gente vê que esse processo de recuperação tende a ser lento, porque todo o setor industrial está sendo afetado em uma magnitude bastante elevada".
Por outro lado, tiveram alta na produção os segmentos de impressão e reprodução de gravações (8,4%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (0,3%).
__________
Diário do Nordeste
18/11/2024 | 20:24
15/11/2024 | 18:04
16/10/2024 | 12:05