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Poder

Morre Aurélio do Carmo (98), que governou o Pará de 61 até 64

De DNA baratista, o advogado Aurélio do Carmo foi o último governador do Pará antes do golpe militar de março de 64, quando foi deposto e cassado. Com a morte dele, ocorrida na manhã desta sexta-feira (1º), em casa, na capital paraense, vítima de complicações de uma pneumonia, desaparece também uma das últimas, senão a última, testemunha ocular de um período da história política do Pará e do Brasil.

O governador Helder Barbalho decretou luto oficial de três dias em homenagem ao ex-governador. Pelas redes sociais, Barbalho lamentou a perda do ex-político.

Biografia

Aurélio do Carmo formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Pará (atualmente parte da Universidade Federal do Pará) em dezembro de 1944. Paralelamente aos estudos universitários, trabalhou como escriturário do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Em 1945, após a queda do Estado Novo, filiou-se ao extinto Partido Social Democrático.

Entre 1945 e 1956, exerceu as funções de promotor público da comarca de Castanhal e depois de Belém, assistente judiciário cível, chefe da assistência judiciária, secretário do Ministério Público, delegado de polícia de Belém e corregedor do Departamento de Segurança Pública. Foi chefe de polícia do Pará de 1956 a 1959, durante o governo de Magalhães Barata.

Lançou-se candidato ao governo do Pará em 1960, sendo eleito e tomando posse em 31 de janeiro de 1961. Durante seu governo foram criadas as Centrais Elétricas do Pará (Celpa) e o Banco do Estado do Pará.

Embora tenha apoiado o movimento de 31 de março de 1964, que derrubou o presidente João Goulart, foi chamado a depor, em junho daquele ano, perante uma comissão de investigação sumária. Recusando-se a comparecer, teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por 10 anos pelo presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, com base no Ato Institucional Número Um, em 9 de junho de 1964.[1] Em 1966, ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Passou então a atuar como advogado e em 1972 foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, permanecendo nesse cargo até sua aposentadoria em 1985. Depois disso, retornou à advocacia.

Em 2002, foi candidato ao senado pelo PMDB, obtendo 2,06% dos votos e não tendo sido eleito.

Faleceu no dia 1 de maio de 2020, em Belém, devido a complicações de uma pneumonia.

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Com Wikipedia