Brasília, 24/04/2020 - Mais de três mil pessoas aguardavam no canal do Itaú Personnalité quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, avisou que não participaria mais de live com executivos do banco. Sua fala estava prevista para as 10h30, pouco antes da coletiva convocada por Sérgio Moro, na qual o ex-juiz anunciaria sua demissão do cargo de ministro da Justiça.
Antes da live, Guedes se reuniu com secretários e assessores por videoconferência e foi aconselhado a cancelar a participação. A avaliação naquele momento era que não se sabia como seria a coletiva de Moro e quais os recados o então ministro iria passar, nem como o mercado reagiria.
Qualquer fala de Guedes poderia adicionar ruídos à já tensa situação. A avaliação interna é que, com a saída do primeiro pilar do governo Bolsonaro, Moro, o segundo pilar, Guedes, deveria aguardar o cenário clarear antes de qualquer manifestação.
Guedes então cancelou a agenda e foi cuidar de outro problema: o plano Pró-Brasil, criado pela Casa Civil sem a participação da Economia com a promessa de aumentar o investimento público.
Mais tarde, o ministro participa de duas reuniões com o chefe da Casa Civil, Braga Netto. O programa que prevê pesados investimentos públicos em infraestrutura encontra forte resistência junto à equipe econômica, que insiste em investimentos apenas privados no setor e considera o pacote de Braga Netto uma espécie de 'Dilma 3'.
A primeira reunião sobre o programa, marcada para as 14h, também contará com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Augusto Heleno.
Meia hora depois, Guedes e Braga Netto se reúnem com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, e o advogado-geral da União substituto, Renato de Lima França.
__________
Estadão
18/11/2024 | 20:24
15/11/2024 | 18:04
16/10/2024 | 12:05