Três filhotes de peixes-boi foram transferidos de Belém para Santarém, no oeste paraense, nesta quarta-feira (16), em operação que teve apoio do governo do Estado. Os animais estavam na base do Instituto Biologia e Conservação dos Mamíferos Aquáticos da Amazônia (Bioma), da Universidade Rural da Amazônia (Ufra), localizado nas dependências do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Norte (Cepnor)/ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio).
Em função de dificuldades financeiras, não era mais possível manter os animais no espaço. Foi necessário, então, transferi-los para a ZooUnama, em Santarém, onde há um centro de reabilitação e manutenção de animais resgatados. A transferência foi uma parceria do Bioma, da Ufra, Icmbio/ Cepnor e ZooUnama e Instituto Bicho D’água. As entidades entraram em contato com a Secretaria Regional de Governo do Oeste do Pará, que garantiu a logística para o transporte dos animais.
O professor Frederico Monteiro, da Ufra, explica que são dois machos: Cametá, resgatado em dezembro de 2019, no município Cametá, nordeste do Pará, que atualmente pesa 20 quilos e mede 1,1 metro; e Arari, resgatado no fim de fevereiro deste ano, em Cachoeira do Arari, na Ilha de Marajó, pesando hoje 30 quilos e medindo 1,2 metro. A fêmea chama-se Neguinha. Ela foi encontrada em Limoeiro do Ajuru, nordeste paraense, em abril de 2018. Atualmente está com 60 quilos e 1,5 metro.
Suporte - "A partir do contato da instituição Bicho D'água, verificamos a possibilidade dessa transferência junto à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. O secretário da Segup, Ualame Machado, prontamente destinou uma aeronave do Graesp (Grupamento Aéreo de Segurança Pública) para fazer o transporte dos animais até Santarém, para preservar-lhes a saúde e a vida", disse o o secretário Regional de Governo do Oeste, Henderson Pinto.
O traslado seguiu os protocolos desse tipo de operação. Os animais foram transportados em cima de colchonetes, cobertos com toalhas úmidas, com olhos protegidos com gazes e soro fisiológico, tendo o monitoramento da temperatura e visual durante todo o voo.
No Brasil, os sirênios - mamíferos marinhos herbívoros - são protegidos pela legislação da fauna silvestre. O peixe-boi está na lista de animais ameaçados de extinção no Brasil, conforme a Instrução Normativa nº 3/ 2003 e o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, que classifica a espécie como “em perigo” (ICMBio 2018).
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Agência Pará
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