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Líderes mundiais oferecem apoio ao Líbano após explosões

Alemanha, França, EUA, Rússia prometem enviar ajuda ao país. Até Israel, com quem o Líbano está oficialmente em guerra, também envia sinal de solidariedade. Explosões deixaram ao menos 100 mortos e mais de 4 mil feridos

O impacto das explosões foi sentido por quilômetros e destruiu edifícios e veículos a vários quarteirões do porto de BeiruteCondolências e anúncios de ajuda chegaram de todo o mundo ao Líbano nesta quarta-feira (05/08), depois que sua capital Beirute foi atingida por duas devastadoras explosões que mataram ao menos 100 pessoas e feriram outras 4 mil nesta terça-feira (04/08). Um sinal de solidariedade foi enviado inclusive por Israel, com quem o país oficialmente ainda está em guerra.

O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, pediu aos "países amigos" que apoiassem um país que, além da pandemia de covid-19, enfrenta sua pior crise econômica em anos. Alemanha, França, EUA, Irã e até a nação inimiga de Israel ofereceram ajuda.

Oficialmente, Israel e Líbano ainda estão em guerra. Após as explosões no porto de Beirute, no entanto, Israel ofereceu apoio ao país vizinho. Por intermédio de mediadores internacionais, os ministros israelenses da Defesa, Benny Gantz, e do Exterior, Gabi Aschkenasi, "ofereceram ajuda médica e humanitária, além de apoio emergencial", segundo um comunicado.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comunicou ter instruído o chefe do Conselho de Segurança Nacional (NSC), Meir Ben-Shabbat, a dialogar com o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nikolay Mladenov, para esclarecer como Israel pode ajudar ainda mais o Líbano.   

Também vieram compromissos de ajuda de outros cantos do mundo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou suas condolências. "Os EUA estão prontos para ajudar o Líbano", disse Trump, na Casa Branca. "Estaremos lá para ajudar. Parece um ataque terrível."

As causas das explosões que culminaram no desastre não estão claras. Sem apresentar nenhuma prova, Trump, no entanto, especulou publicamente sobre um suposto "ataque" com um "tipo de bomba". "Encontrei alguns de nossos grandes generais e eles parecem achar que sim... Este não foi algum tipo de explosão de fabricação. Eles parecem acreditar que foi um ataque. Foi algum tipo de bomba, sim."

O Hisbolá, o grupo xiita libanês apoiado pelo Irã, afirmou que não acredita que ataques com foguetes israelenses estejam por trás das explosões. Militares israelenses também negaram envolvimento.

O primeiro-ministro libanês disse que 2.750 toneladas de nitrato de amônio – um produto químico volátil com muitos usos, como na fabricação de fertilizantes agrícolas e combustível de foguetes – que estavam armazenadas há anos num armazém no porto explodiram, mas também anunciou que investigações foram iniciadas e que os responsáveis serão encontrados.

Desespero e caos: explosões no porto de Beirute mataram 100 pessoas e feriram outras 4 milAlguns dos Estados do Golfo estavam entre os primeiros países que prometeram ajuda. O Catar anunciou o envio de hospitais de campanha para cuidar dos milhares de feridos. O Kuwait concordou em enviar ajuda médica de emergência. O ministro do Exterior da Jordânia, Aiman Safadi, disse que seu país está pronto para qualquer ajuda que o Líbano necessitar. O Iraque também ofereceu o envio de ajuda médica emergencial.

Declarações semelhantes vieram do Irã. O ministro das Relações Exteriores, Mohammed Java Sarif, escreveu em seu Twitter que o Irã está orando pelo "grande e resiliente povo do Líbano" e concluiu com o lema muito usado em tragédias: "Fique forte, Líbano".

O presidente da França, Emmanuel Macron, publicou mensagens em sua conta oficial no Twitter em francês e depois em árabe. "Expresso minha solidariedade fraterna com o povo libanês após a explosão", disse Macron, e acrescentou que "várias toneladas" de ajuda e recursos franceses já estavam a caminho de Beirute.

Cenas de guerra: área em torno do porto de Beirute completamente destruída, após duas explosões num armazém portuárioA chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, também prometeu apoio ao Líbano. O Ministério do Exterior da Alemanha comunicou que funcionários da embaixada alemã no Líbano estavam entre os feridos pela explosão.

A Alemanha anunciou que está enviando uma equipe de resgate urbano para Beirute. A Agência Federal de Assistência Técnica (THW) ajudará nos esforços na "procura e recuperação" de pessoas nos escombros, disse um porta-voz governamental após uma reunião da unidade de gerenciamento de crise do governo alemão.

A equipe será composta por 47 pessoas, está pronta para deixar a Alemanha e "apoiará a gestão de crise da embaixada" com entregas e serviços.

Holanda, República Checa e Rússia também estão enviando equipes de resgate para ajudar na busca por sobreviventes entre os escombros, assim como equipes de tratamento médico. As autoridades holandesas relataram o envio de 67 agentes humanitários a Beirute, incluindo médicos, policiais e bombeiros.

A equipe da República Checa, que também está a caminho do Líbano, inclui uma unidade de bombeiros especializada no resgate de pessoas soterradas após explosões em áreas urbanas. A unidade inclui cinco cães de busca com seus treinadores e 30 funcionários adicionais.  

Enquanto isso, a assistência médica de emergência do Kuwait chegou a Beirute.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a União Europeia (UE) "está pronta para prestar assistência e apoio". O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou um telegrama ao seu homólogo libanês, Michel Aoun, no qual oferece suas condolências pelas vidas perdidas com a explosão.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que as fotos de Beirute eram "chocantes" e que o Reino Unido oferece ajuda, inclusive para cidadãos britânicos afetados pela explosão.

O Itamaraty também emitiu uma nota de solidariedade com o povo e o governo do Líbano. A nota diz que o Ministério das Relações Exteriores brasileiro "acompanha com atenção os acontecimentos na cidade" e que, "não há, até o momento, notícia de cidadãos brasileiros mortos ou gravemente feridos".

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PV/dpa/rtr/afp/ots