A Polícia Federal (PF) abriu nesta quinta-feira (10/11) um inquérito para investigar a atuação do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, no segundo turno das eleições, em 30 de outubro, e nos subsequentes bloqueios em rodovias do país.
A investigação será mantida sob sigilo e foi aberta a pedido do Ministério Público Federal (MPF), para apurar se Vasques cometeu os crimes de prevaricação e violência política.
O inquérito, comandado pela superintendência da PF em Brasília, vai se concentrar em dois episódios. O primeiro é relativo à atuação da PRF no dia do segundo turno, quando operações de trânsito realizadas pela corporação, especialmente no Nordeste, teriam dificultado a ida de eleitores a zonas de votação.
No domingo de eleição, diversos eleitores compartilharam vídeos de operações da PRF parando e revistando veículos, inclusive ônibus.
No dia anterior, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, havia proibido a realização de operações pela PRF no dia da votação.
O segundo episódio alvo da Polícia Federal diz respeito aos bloqueios ilegais de rodovias montados por bolsonaristas para contestar o resultado da eleição. O inquérito vai apurar se Vasques foi omisso em relação aos atos de cunho golpista.
A PRF foi acusada de inação nos primeiros dias dos bloqueios. As estradas só começaram a ser liberadas depois da intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dois dias após a votação, em 1º de novembro, o ministro Moraes determinou que as polícias militares dos estados "possuem plenas atribuições constitucionais e legais" para atuar na desobstrução "ilegal" de rodovias bloqueadas, inclusive as federais.
Foi somente após a decisão que governadores e polícias passaram a agir na liberação dos bloqueios, que em seu auge chegaram a atingir mais de 400 pontos em quase todos os estados do país.
O crime de prevaricação ocorre quando um funcionário público age contra a lei ou deixa de tomar ações a fim de satisfazer um interesse pessoal. Vasques declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição.
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ek (ots)
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