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Presos: celulares de advogados eram usados como mensageiros para facções criminosas 

A Polícia Científica lançou mão de técnicas forenses de tecnologia para quebra de senhas e, assim, extraiu provas determinantes para a prisão dos advogados

Perito da Polícia Científica em ação nos trabalhos que auxiliaram a detenção de dois advogadosA Polícia Científica do Pará (PCEPA) foi determinante na Operação Pombo, realizado pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Pará (MPPA), em que foram detidos dois advogados acusados de serem informantes de membros de facções criminosas dentro das unidades prisionais do Estado. Eles visitavam os locais por meio das prerrogativas legais, uma vez que exerciam a advocacia em favor dos internos.

Os peritos da Polícia Científica analisaram os aparelhos eletrônicos apreendidos com os advogados. Os equipamentos eram utilizados para gravar mensagens durante as visitas nas unidades prisionais. Eles também utilizavam uma agenda e bilhetes escritos a à mão, repassados pelos advogados a integrantes  da mesma facção dos internos que estão em liberdade.

Os aparelhos eletrônicos foram analisados pelo setor de extração de dados do Núcleo de Fonética Forense. Os celulares eram altamente criptografados, com senhas fortes e programa pago de bloqueio de aplicativos, porém, foram utilizadas técnicas forenses de tecnologia de quebra de senhas e, assim, os dados foram extraídos com sucesso pelos peritos. O laudo constatou que os áudios gravados eram transferidos nos aparelhos eram repassados para vários grupos de aplicativos de mensagem instantânea das facções.

O laudo do Núcleo de Grafodocumentoscopia Forense também foi determinante para a finalização da operação. Os bilhetes e a agenda encontrados com um dos advogados foram submetidos à realização de exames grafotécnicos de unicidade de punho para verificar se procediam do mesmo punho escritor. Após a comprovação de que havia convergências gráficas entre as palavras escritas pelo advogado, juntamente com a perícia fonética nos aparelhos eletrônicos, os laudos serviram de prova científica para o Gaeco decretar a prisão preventiva dos acusados nos municípios de Belém e Salinópolis.

O Ministério Público do Pará reconheceu o trabalho pericial da PCEPA como determinante para o sucesso e fim da Operação Pombo que se estendia por mais de um ano. A Operação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI) e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Pará (Seap).

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Alexandre Cunha | Ag. Pará