Balsa de garimpo que invadiu território indígena no Pará é apreendidaOperação do Ministério da Justiça e Segurança Pública apreendeu neste sábado (16) a balsa de garimpeiros que invadiu na quarta-feira (13) o território indígena Xipaya, no Pará. Cinco adultos e dois adolescentes estavam a bordo.
A operação foi iniciada nesta sexta (15), com equipes da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança Pública, do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e da Funai (Fundação Nacional do Índio).
A invasão foi denunciada pela indígena Juma Xipaia, cacique da aldeia Karimaa. Em relato nas redes sociais, ela disse que os invasores usaram de violência contra o seu pai, que registrava a movimentação com um celular.
"Houve muita dificuldade para localizar a balsa, que não podia ser vista com facilidade do alto por helicópteros", disse, em nota, o chefe do Serviço de Repressão a Crimes Contra Comunidades Indígenas, o delegado da PF Paulo Teixeira.
"Foi necessário fazer varreduras com lanchas pelos afluentes do rio Iriri, e por isso é uma vitória termos feito o achado em praticamente um dia", completou. A embarcação estava atracada em um lugar conhecido como Riozinho do Anfrísio, na zona rural de Altamira.
Os adolescentes que estava a bordo foram apreendidos e estão sob os cuidados da Justiça, disse o ministério. Já os adultos foram levados para prestar esclarecimentos na delegacia da Polícia Federal de Itaituba.
"A balsa apreendida não será destruída. Nós vamos adotar os procedimentos legais para que o equipamento seja destinado a ações de fiscalização ambiental do ICMBio", disse Teixeira.
Após a denúncia da invasão, homens da Força Nacional e da PF foram deslocados por via aérea até a aldeia Karimã para reforçar a segurança da tribo, pois havia suspeitas de que os garimpeiros estariam armados.
O território Xipaya possui cerca de 179 mil hectares de extensão e fica localizado a 400 km da cidade de Altamira, região sudeste do Pará. As aldeias localizadas em sua zona de abrangência abrigam cerca de 200 pessoas.
Em suas redes sociais, Juma disse após a invasão que os moradores da aldeia estavam com medo dos invasores. "Entraram com uma balsa supergigante. Agiram com violência com meu pai. Tentaram pegar o celular dele, porque estava filmando. Guerreiros estão descendo para pedir que saiam do território", afirmou.
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Nicola Pamplona | Folha de S. Paulo
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