IBOVESPA 107.398,97 −6.278,28 (5,52%)

Cidades

Viagem de férias exige cuidados redobrados

A avaliação epidemiológica mais recente da Sesma mostra que Belém e seus distritos seguem em bandeiramento amarelo

A rotina do isolamento afetou principalmente as crianças. Nas férias as atividades lúdicas são necessárias, mas os cuidados devem ser mantidos.Há mais de um ano, desde que a pandemia da Covid-19 começou, restrições não faltaram para quem estava acostumado com vida agitada, viagens e passeios, mas devido às medidas de prevenção à doença, teve que se manter mais isolado. Com a chegada das férias escolares e a diminuição do número de casos de covid em Belém, as pessoas estão optando em viajar para as praias próximas da capital paraense, mas mesmo que o calor incentive a aproveitar uma praia, é preciso lembrar que o momento ainda é de pandemia global. 

A avaliação epidemiológica mais recente da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) mostra que Belém e seus distritos seguem em bandeiramento amarelo em relação à classificação de risco de infecção pela Covid-19. Isso significa estabilidade no nível de contágio e no surgimento de novos casos da doença.

A ocupação de leitos pelos casos moderados e graves da doença também está estável. De acordo com o último boletim epidemiológico, publicado pela Sesma, Belém apresenta taxa de ocupação de leitos clínicos de 24,2% e de leitos de UTI de 28,1%. Porém é importante ressaltar que mesmo com praias e balneários liberados para os veranistas, as medidas de combate ao coronavírus devem continuar para evitar a sobrecarga no sistema hospitalar.

O secretário municipal de Saúde, Maurício Bezerra, alerta para os cuidados que devem ser mantidos. "A recomendação é que as pessoas evitem viajar, mas se isso não for possível que ao menos optem por locais mais calmos, que não tenham aglomeração. Manter o protocolo de higiene fazendo uso de máscara e álcool em gel é extremamente importante”, reforça o titular da Sesma.

Imunização - Belém já soma 906.591 mil doses aplicadas, somando 655.277 mil pessoas que tomaram a primeira dose  e 251.314 mil pessoas que já tomaram a primeira e a segunda doses. Leonardo Souza, 34 anos, massoterapeuta, está na expectativa de viajar para a ilha de Cotijuba. Para ele, mais do que apenas diversão, a viagem é também garantia de renda extra, pois aproveita para trabalhar nos hotéis da ilha nesse período de maior movimento de turistas. “Venho tomando os cuidados necessários para evitar a covid. Estou sempre lavando as mãos, usando álcool gel, tento evitar aglomerações. Apesar de parecer que estou indo para as férias apenas curtir e reencontrar amigos, vou também trabalhar aproveitar o movimento, mas respeitando todos os protocolos para minha segurança, dos meus familiares e dos clientes", afirma. 

A imunização não anula a necessidade de prevenção constante como avalia o secretário de Saúde, Maurício Bezerra. "A vacina não impede que você pegue a doença, ela apenas diminui a sua intensidade. Alertamos também que quem já está vacinado com as duas doses da vacina, não está 100% livre de desenvolver a forma mais grave da Covid-19. Sendo assim o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento, ainda são as medidas mais eficazes no combate à pandemia”.

Isolamento e crianças - O isolamento social e as diversas restrições sociais impostas pela pandemia afetam principalmente as crianças. Elas estão muito tempo sem ir à escola, longe de professores e amigos. Sair dessa rotina que aprisiona e limita é muito importante para a saúde mental de crianças e adultos, daí a importância que viagens, passeios ou atividades em casa com a família tem para as crianças, de acordo com a psicóloga Alda Valente. "As crianças que não tinham como rotina o uso do celular acabaram necessitando do uso desse equipamento para assistir aulas online, o que trouxe prejuízo nas relações familiares, pois crianças ficam facilmente fascinadas pelo mundo virtual. Então nas férias a família precisa investir  nas atividades lúdicas em ambiente natural, que estimulem a socialização", diz Alda Valente.

Aline Farias, 32 anos, microempresária, vai viajar para Mosqueiro com a filha Sophia, de 8 anos. Ela conta que decidiu levar a filha para a praia neste verão, depois que a menina começou a ter dificuldade para participar de atividades que não envolvam celular. 

"Sophia sempre foi uma criança de adorar ir pra escola estudar e brincar com os amiguinhos. Com o isolamento, ela ficou mais de um ano sem aulas e acabou se viciando no celular devido às atividades online da escola e também por não ter muitas alternativas de interação. Resolvi com o pai dela que vamos tirar alguns dias nessas férias para aproveitar em família, livre do celular, mas com muito cuidado com esse vírus terrível que ainda está aí", relata Aline.

Mesmo quem não vai viajar nessas férias, deve manter a rotina do uso de máscara e do álcool em gel, além de evitar aglomerações. Grávida de oito meses, Priscila Sousa, 29 anos, atendente de cinema, optou por não viajar , para não se expor a riscos de contaminação. "Eu já tive covid antes da gestação, mas graças a Deus não de forma grave. Já tomei a primeira dose da vacina e aguardo esse mês de julho pra fazer a segunda dose. Estou na reta final da gestação e espero que dê tudo certo. Faço minha parte, evito locais aglomerados, uso máscara, álcool gel, porque mesmo vacinados precisamos ter consciência de que a pandemia ainda não acabou. É preciso manter os protocolos de segurança. Sei que infelizmente nem todo mundo essas regras e por conta disso prefiro evitar viagens no momento", declara.

_________

Agência Belém