Osvaldo Gomes da Costa, 59 anos, morador da Ilha Nova.A vacinação contra a Covid-19 segue avançando em Belém. Nesta quarta-feira, 29, foi a vez dos idosos moradores da ilha do Cotijuba, localizada há 22 quilômetros de distância da capital, receberem a segunda dose do imunizante. A vacinação foi distribuída em alguns pontos: Escola Bosque de Cotijuba, ilha Branca, ilha Nova, entre outras localidades da redondeza. Tudo para garantir a vacinação de cerca de 500 pessoas. Mas para cumprir esta meta, estipulada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), uma grande logística precisa ser colocada em prática.
O esforço para garantir a vacinação dos moradores das ilhas próximas a Belém começa cedo. As equipes de saúde envolvidas na vacinação retiram os imunizantes da câmara fria, em um depósito da Sesma, localizado no centro da capital. De lá, todas as doses, já devidamente acondicionadas, seguem de carro. O destino, desta vez, foi o porto de Icoaraci.
Organização - “Tem uma grande logística envolvida nisso. O trabalho começa de madrugada, com a chegada da nossa equipe na nossa rede de frio pra pegar as vacinas e levá-las para o porto, onde nossos vacinadores e os imunizantes seguem de barco até a ilha”, explica o diretor de Vigilância à Saúde, Cláudio Salgado, que coordena o processo de vacinação.
De Belém até a ilha do Cotijuba são, em média, 40 minutos. Mas que desta vez, se transformaram em mais de uma hora, já que o barco que levava os imunizantes teve um problema técnico, até chegar a Ilha. Mas a viagem não termina com a chegada das vacinas ao destino. Uma vez em Cotijuba, os imunizantes precisam ser distribuídos aos pontos de vacinação, alguns distantes e de difícil.
Fila de idosos que vacinaram na Escola Bosque de Cotijuba“É um esforço muito grande e envolve todo um trabalho em equipe, que precisa funcionar para garantir que a vacina chegue até a população. E ver os idosos aqui do Cotijuba comparecendo aos locais de vacinação para tomar a segunda dose, nos dá a satisfação e a certeza de que todo esse trabalho de planejamento, logística e de esforço está valendo a pena”, destaca o secretário municipal de Saúde, Maurício Bezerra, que acompanhou de perto todo o trabalho da equipe de vacinação.
Aplausos - Um dos primeiros pontos de vacinação a receber o imunizante foi a Escola Bosque do Cotijuba. Lá as vacinas foram recebidas sob aplausos de quem aguardava para se vacinar. O casal de aposentados Suely Conceição, de 70 anos, e Eupídio Conceição, de 77 anos, foram os primeiros a receber as doses da vacina. A ansiedade de se vacinar era tão grande, que eles aguardavam, no local, desde as 4h da madrugada. “A felicidade em receber a segunda dose é tão forte que eu faria tudo de novo. Estava todo esse tempo em isolamento e agora vou ter a oportunidade de abraçar meus filhos e netos”, comemora dona Suely.
Drive-thru diferente - Enquanto parte da equipe dava andamento à vacinação na Escola Bosque. Outras saiam em direção às ilhas. Uma delas foi a Ilha Branca. Lá uma das casas dos moradores se transformou em ponto de vacinação. Logo moradores da redondeza começaram a chegar em seus barcos. Muitos vacinados na própria embarcação, um drive-thru diferente, possível só na Amazônia. Um deles foi Osvaldo Gomes da Costa, de 75 anos. “Eu me sinto mais seguro agora. Mas vou continuar tomando cuidado, usando máscara, fazendo a higiene das mãos e evitando estar em um ambiente com muita gente”, ressalta .
Esses cuidados relatados pelo seu Osvaldo é uma lição reforçada pelos agentes de saúde que atendem aos moradores da ilha do Cotijuba. Uma delas é a enfermeira Dina Fonseca, que todos os dias vêm de Icoaraci para atender aos moradores da ilha. “Durante a semana que antecede a vacinação fazemos todo o cadastro dos moradores da ilha e das regiões próximas, para que tudo esteja organizado para o dia da vacinação. Assim garantimos agilidade e evitamos a aglomeração”, explica Dina.
A viagem para assegurar a vacina na região de Cotijuba termina aqui. Mas o esforço das equipes envolvidas na vacinação continua. Nesta quinta-feira, 29, é a vez dos moradores do Furo das Marinhas e do Maracujá, localizados na ilha de Mosqueiro, serem vacinados.
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Agência Belém
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