O governador Helder Barbalho, com lideranças religiosas durante culto ecumênico de encerramento do hospital de campanha do HangarCerimônia ecumênica de encerramento do funcionamento do Hospital de Campanha do Hangar, neste sábado (16), em Belém, marcou uma retrospectiva de toda a luta contra a covid-19 no Pará, e contou com presença do governador Helder Barbalho e a participação de representantes de diversas denominações religiosas.
Há 18 meses, a população paraense viu o primeiro 'tsunami' da covid-19 chegar ao Estado e tal qual uma arca, o Hangar se tornou - de espaço cultural, científico e de negócios -, em tempo recorde, no maior hospital de campanha do Brasil à época de sua inauguração.
Um verdadeiro exercício de heroísmo de profissionais que trabalharam na linha de frente para atender o número máximo de 420 leitos ofertados, que receberam mais de 7 mil pacientes em quase dois anos de pandemia.
"Viva a ciência!" Ouviu-se do interior da plateia diante da homenagem ao Grupo de Pesquisa Boletim Covid-19, que foi nomeado um a um para receber os aplausos de um público de pé. O grupo garantiu semanalmente ao Governo do Estado análises do comportamento da pandemia com base em redes neurais e modelagem matemática que subsidiaram as transferências de leitos em momentos distintos pelas regiões do Pará.
Na sua fala, o governador fez um resgate histórico de toda a batalha e apoio que recebeu em decisões que precisaram de ousadia no combate à doença. "Se hoje podemos fechar esse equipamento, assim como os demais, é graças à vacina. Queria homenagear as famílias que perderam entes queridos, a minha solidariedade. Que Deus possa confortá-los a entender um dia que eles foram os escolhidos", disse o chefe do Executivo paraense em discurso emocionado.
Helder agradeceu aos líderes que se dispuseram a estar presentes no momento de reverência aos profissionais de saúde e solidariedade às famílias. "É possível, todos nós pensando e crendo diferente estarmos no mesmo ambiente de forma civilizada. Desejo recuperação ao prefeito Edmilson. Agradeço a parceria com a prefeitura de Belém em favor da vida", disse ao prefeito em exercício, professor Edilson Moura.
O governador ressaltou o trabalho da Sespa com profissionais trabalhando diuturnamente e do quanto muitos deles deixaram de voltar para casa para não colocar em risco seus familiares. Mencionou ainda as policlínicas indo por estrada e rios e o cenário de guerra durante a abertura emergencial do Hospital Regional Abelardo Santos para atendimento Covidc-19.
Antes do apagar das luzes do Hospital de Campanha em definitivo, três mudas foram plantadas em alusão às famílias enlutadas, aos pacientes recuperados e aos profissionais de saúde.
Ao final do dispositivo, um clima de confraternização tomou conta do estacionamento do Hangar com os profissionais de saúde comemorando reencontros. Wanessa Campos foi coordenadora de Enfermagem em 2021 e estava muito emocionada. "Trabalhamos com muito empenho e não víamos esse dia chegar. Só temos a agradecer a todos que dedicaram e arriscaram as suas vidas para salvar outras. Esse momento é o nosso troféu depois de tanta luta e tanto choro. Devolvemos a muitas famílias os seus amores e hoje estamos comemorando", disse a enfermeira.
Wanessa Campos coordenou o serviço de enfermagem no hospital este ano e se emocionou na despedida: ″hoje estamos comemorando″No total, 7.388 pacientes foram atendidos, dos quais 345 foram transferidos e 4.944 receberam alta. O último paciente foi transferido na tarde de quinta-feira (14) para o Hospital Santa Terezinha, onde funciona o Centro Especializado em Atendimento à Covid-19, também na capital. Estevam Caldas de Sá, 82 anos, morador de Marituba, na Região Metropolitana de Belém, estava internado na unidade de saúde desde 28 de setembro.
Os equipamentos do Hangar serão redistribuídos em unidades de saúde que retornam aos seus perfis de atendimento.
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Agência Pará
18/04/2024 | 12:35
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