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Cidades

Altas temperaturas em julho exigem mais hidratação e proteção solar

Cuidados devem ser redobrados com crianças e idosos, principalmente para manter a imunidade

Vicente se refresca na piscina, colocada na sacada do apartamento, para evitar áreas de aglomeraçãoCéu azul, com poucas nuvens, o mês de julho é o ponto alto do verão paraense. Mesmo ainda enfrentando a pandemia de Covid-19, o sol torna o dia mais bonito. Ao contrário de anos anteriores, não é recomendado aglomerar em espaços abertos, praias, piscinas coletivas e balneários, pois o novo coronavírus ainda é uma ameaça constante. Além da pandemia, a exposição solar desprotegida e as mudanças no tempo repentinas alteram o funcionamento corporal, provocando oscilações na imunidade, principalmente em idosos e crianças, mais suscetíveis à desidratação e queimaduras na pele.

A previsão do tempo indica baixa umidade, explica Saulo Carvalho, coordenador do Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). “Há a presença de poucas nuvens e muito sol, que vêm acompanhados de pancadas de chuva. É interessante atentar para as baixas umidades relativas que vêm sendo registradas, onde se atinge até os 20% de umidade, ou seja, é muito seco”, alerta.

A faixa norte, entre o nordeste do Estado, o Arquipélago do Marajó e o Baixo Amazonas, sofre mudanças no tempo. “Não podemos descartar, principalmente na faixa norte do Estado, a ocorrência de raios, trovoadas e vendavais até o início de julho. A partir daí, as chuvas ficarão pouco frequentes e predominará o tempo seco, quente e mais abafado, com temperaturas de até 35º C na Região Metropolitana de Belém. Já para a porção sul, o período menos chuvoso já está predominando, com o tempo bastante seco e quente, com temperaturas elevadas de 36º C e 37° C”, detalha Saulo Carvalho.

Imunidade - Idosos e crianças devem receber cuidados redobrados no período para a manutenção da imunidade, sobretudo por conta da pandemia. “Há um risco na exposição prolongada de desidratação e queimaduras na pele, principalmente quando não se obedece ao período que é preconizado para a exposição das crianças, abaixo de 9 h e depois de 16 h. Esse é o período em que há menos risco para a exposição das crianças, embora permanentemente se tenha que utilizar fatores de proteção, principalmente os filtros solares. Atualmente, acho que as famílias têm uma opção fantástica, que são as roupas com proteção ultravioleta”, ressalta a médica Ana Guzzo, pediatra da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Nem só durante o dia a alta temperatura provoca incômodo. “Um banho antes de dormir é relaxante e alivia um pouco essa irritabilidade do tempo quente. Mas é complicado, porque vivemos em um lugar que, além de ser quente, tem a situação dos vetores, mosquitos que também estão circulando, e acabamos tendo que proteger a criança com os mosquiteiros. Isso é outro fator que aumenta a temperatura. Vejo as famílias muito se utilizarem dos ventiladores para tornar o sono mais agradável”, acrescenta a médica.

A ingestão de líquidos é uma aliada para a saúde. “Tanto as crianças quanto os idosos podem se utilizar desse benefício. Aumentar sempre a quantidade de líquido também vai diminuir essa irritabilidade. Os idosos esquecem de tomar água. É preciso que a família ofereça para eles”, orienta Ana Guzzo.

Banhos e protetor solar – Para driblar o calor, a jornalista e pesquisadora Thaís Rezende tem adotado algumas medidas para proteger o filho Vicente, de 1 ano e 7 meses. “É o segundo verão dele, que tem a pele muito clarinha. Eu não descuido da proteção; passo um fator solar de 60 nele. Sempre que vamos ao sol, mesmo no mormaço, ele está com protetor solar. Procuro colocar bonezinho e roupas leves. Às vezes, o deixo só de cuequinha em casa”, conta Thaís.

Em relação à alimentação, Ana Guzzo diz que “há necessidade de aumentar a oferta de água, sucos, líquidos para as crianças, de uma forma geral. A alimentação também pode ser utilizada com mais líquidos, e evitar alimentos de mais difícil digestão e extremamente quentes. Abusar das frutas e legumes também é importante”, orienta a médica.

Thaís Rezende garante estar atenta às recomendações. “Procuro dar bastante líquido, suquinho, frutas com bastante caldo, como melancia e melão. Para esse verão comprei uma forminha de picolé. Bato as frutas e vira picolé. Ele se lambuza todo”, conta a mãe.

Entre as alternativas para refrescar, Ana Guzzo sugere diz que “vale o chuveirão no quintal, a mangueira, a bacia na sacada. A questão é aumentar o número de banhos diários. A questão das áreas comuns residenciais é para ser discutida em cada condomínio. Há alguns que fizeram agendamentos das famílias para que frequentem no mesmo horário as pessoas que vivem na mesma unidade residencial. Isso precisa ser levando em conta nesse momento de pandemia”, acrescenta.

Nos momentos mais quentes, Thaís Rezende coloca o bebê em uma piscina de plástico na sacada, com brinquedos e balões. “Ele está usando mais, pois no ano passado ele ainda não sentava. Fica todo feliz quando vê água. É uma alternativa para não ficar na piscina cheia de gente. Não tivemos Covid, mantivemos o isolamento, o maior cuidado com ele. Tentamos aproveitar da melhor forma, fazendo o que dá dentro de casa”, diz a jornalista.

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Agência Pará